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Forças Armadas não exigiram que TSE fizesse perícias em urnas eletrônicas

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

28/09/2018 16h42Atualizada em 28/09/2018 21h37

Não é verdade que as Forças Armadas exigiram do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma perícia nas urnas eletrônicas. Em texto apócrifo que circula no WhatsApp e em redes sociais, há o rumor de que oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica enviaram um comunicado oficial à presidente do tribunal, ministra Rosa Weber, por receio de fraude nas votações. No entanto, o órgão nega a existência de uma comunicação do tipo.

Para checar se a corrente era verdadeira ou não, o projeto Comprova entrou com o TSE e as Forças Armadas. Ambas as instituições negaram o boato.

“O Exército não solicitou ao TSE nem recebeu qualquer determinação para participar de perícia, avaliação ou auditoria técnica do funcionamento e segurança dos equipamentos eletrônicos de apuração”, diz nota enviada pelo Exército.

O Comprova também verificou que não há referências a urnas eletrônicas nos comunicados oficiais e no site do Exército.

A equipe de verificação do boato ainda buscou localizar a foto original utilizada em uma publicação no Facebook com o texto enganoso. Ela foi feita no quartel-general do Exército, em Brasília, em setembro de 2017, e divulgada no site do Exército.

Na ocasião, estava sendo realizada a “301ª Reunião do Alto-Comando do Exército”, em Brasília. De acordo com o site do Exército, durante o encontro, os presentes discutiram assuntos na esfera do planejamento estratégico da instituição, “com decisões relacionadas à carreira, à profissão militar e aos meios disponíveis atualmente para o cumprimento das missões constitucionais”.

Já a foto que acompanha o mesmo texto enganoso em uma publicação no Twitter foi encontrada pelo Comprova na mesma rede social, mas em um tuíte, também de setembro do ano passado, do general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército brasileiro.

Rumores sobre fraudes no sistema de votação têm sido frequentes durante a campanha. Segundo o TSE, o voto eletrônico emprega segurança em camadas. Isso quer dizer que qualquer ataque ao sistema causa um efeito dominó, que impossibilita que uma urna comprometida gere resultados válidos.

O TSE encomenda auditorias e perícias de instituições independentes. Da mesma forma, antes de cada eleição, é realizado um teste público de segurança do sistema eletrônico de votação, de acordo com a Resolução TSE 23.444/2015. No dia da eleição, ocorre mais uma verificação: fiscais de partidos políticos e coligações, representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e de entidades representativas da sociedade fazem uma "votação paralela". O objetivo é atestar os dispositivos de segurança e a veracidade dos resultados de urnas sorteadas.

No Facebook, o boato teve 9,5 mil compartilhamentos no grupo “Apoio ao dr Sérgio Moro e Lava Jato e a FFAA”.

O material enganoso foi verificado pela “Folha de S.Paulo” e por “O Estado de S.Paulo”, além do UOL, do “Jornal do Commercio”, da agência “AFP”, do “Correio do Povo” e do “Poder360”, todos integrantes do projeto Comprova.

O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.