Trump cogitou ação militar na Venezuela em 2017; declaração não é recente
Declarações do presidente eleito dos EUA Donald Trump sobre uma possível operação militar na Venezuela feitas em 2017 circulam nas redes sociais como se fossem atuais. O republicano tomará posse em 20 de janeiro de 2025, não respondendo ainda pelas ações militares do país.
O conteúdo distorcido usa afirmações feitas em 11 de agosto de 2017, ainda no primeiro mandato de Trump, em um clube de golfe em Nova Jersey.
O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
O que diz o post
Um das publicações exibe um vídeo no qual Trump afirma: "A Venezuela é uma bagunça. É uma bagunça muito perigosa e uma situação muito triste. Temos muitas opções para a Venezuela. Este é nosso vizinho... estamos em todo o mundo, e temos tropas em todo o mundo, em lugares que são muito, muito distantes. A Venezuela não é muito longe e as pessoas estão sofrendo e morrendo. Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se necessário". Questionado se seria uma ação impulsionada pelos EUA, Trump preferiu não responder e disse: "Mas uma operação militar, uma opção militar é seguramente algo que poderíamos explorar". O texto da legenda é: "Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descarta uma operação militar na Venezuela".
Outro post traz apenas uma foto de Trump com os seguintes textos sobrepostos: "E aí, ditador? TRUMP NÃO DESCARTA OPERAÇÃO MILITAR NA VENEZUELA", enquanto na legenda se lê: "Por isso o maduro já está borrando de medo".
Por que é distorcido
Declarações de Trump são de 2017 sobre crise entre países. O UOL Confere pesquisou no Google a fala sobre "Venezuela" e "bagunça" (aqui), além de "Trump Says He's Considering Military Option in Venezuela" (Trump cogita ação militar na Venezuela, em tradução livre) (aqui), chegando a notícias antigas e ao vídeo original (aqui e abaixo, em inglês). No final de julho daquele ano, os EUA lançaram sanções contra Nicolás Maduro, congelando seus ativos no país, além de chamá-lo de ditador (aqui, aqui e aqui, em inglês), um dia após a eleição da Assembleia Constituinte convocada por ele (aqui).
Trump não responde ainda por ações militares dos EUA. O republicano venceu as eleições presidenciais pela segunda vez em 6 de novembro de 2024 (aqui e aqui) e tomará posse apenas em janeiro de 2025. Nesta quarta-feira (13), o atual presidente democrata, Joe Biden, recebeu Trump na Casa Branca para dar início à transição (aqui). Contudo, ele não responde ainda pelo governo.
Governo venezuelano parabenizou Trump pela vitória. Em um comunicado, a Venezuela disse estar disposta a construir boas relações e respeito mútuo entre as duas nações (aqui e aqui). No entanto, segundo o colunista do UOL Jamil Chade, o governo de Trump aplicará "pressão máxima" sobre a Venezuela e o regime de Maduro estará no centro das atenções da política externa do republicano para a América Latina. A meta será a construção de uma coalizão regional contra Caracas (aqui).
Viralização. Nesta quarta-feira (13), no Instagram, um post com o conteúdo distorcido tinha quase 253 mil visualizações.
A postagem também foi verificada por Aos Fatos.
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