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Uma iniciativa do UOL para checagem e esclarecimento de fatos


Não é verdade que manifestantes ficaram nus em protesto contra Bolsonaro

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

05/10/2018 20h29

Não é verdade que manifestantes nus protestaram contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Uma foto que viralizou no Facebook com a legenda “vejam como o pessoal do campus da UFMG tirou a manhã de hoje para protestar contra o Bolsonaro” foi, na verdade, tirada em Melbourne, na Austrália, há quase 17 anos.

Para encontrar a foto original, basta utilizar uma ferramenta de busca reversa de imagem. No Google Imagens, por exemplo, o usuário pode carregar uma imagem ou pesquisar pelo link da foto. Os resultados mostram os sites em que aquela imagem aparece.

Ao buscar a foto que viralizou no Facebook, é fácil verificar que a reunião de pessoas nuas ocorreu no dia 7 de outubro de 2001. Segundo informou o jornal australiano "The Daily Telegraph", tratou-se da sessão de fotos “Naked City” (Cidade Nua, em inglês), feita pelo artista Spencer Tunick. Ele é conhecido por tirar fotografias de grandes aglomerações de pessoas nuas.

A UFMG também negou, por meio de nota, que a foto seja de uma manifestação em seu campus. A universidade comunicou que lamenta que “o espaço intermidiático da cultura em rede esteja sendo povoado de inverdades”.

No último dia 29, quando milhares de pessoas foram às ruas para as manifestações #elenão, um evento no Facebook convocou a concentração “pré-ato” na Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG. Fotos publicadas pelo Centro Acadêmico de Filosofia mostram que não houve protesto com pessoas nuas.

A foto enganosa publicada por um usuário do Facebook foi compartilhada 53,9 mil vezes entre esta quinta-feira (4) e esta sexta (6).

A peça de desinformação foi verificada pelo “Estadão”, além do UOL, da revista "piauí" e do "Jornal do Commercio", todos integrantes do projeto Comprova.

O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.