É falso que Dilma e Lula pagaram 6 mil euros por jantar em Paris
É falso o post viral que afirma: "Prefiro um presidente que come pizza em pé, do lado de fora do restaurante, do que os 'pais dos pobres', que gastavam 6 mil euros por um prato em jantar!".
Reportagem do Terra, cujo título - "Paris: sem Lula, jantar de gala para Dilma serviu prato de 6 mil euros" - foi usado na publicação, trata de evento realizado pelo governo francês em 2012, quando Dilma era a chefe do Executivo brasileiro. Ela era a convidada de honra do então presidente daquele país, François Hollande, ou seja, não pagou nada pelo jantar.
O valor de 6 mil euros a que se refere a matéria era do prato de porcelana da marca Puiforcat usado na ocasião, e não o custo da refeição. A matéria informava que esse era o preço que poderia alcançar um único prato de porcelana dessa marca.
Posts com o conteúdo falso que circulavam no Twitter e no Facebook foram removidos. Procuramos a autora de uma das publicações com mais interações via mensagem privada no Facebook, mas ela não nos respondeu e seu post não pôde mais ser visualizado. Para o Comprova, é falso o conteúdo inventado, como nesse caso, e divulgado de modo deliberado a espalhar uma mentira.
Como verificamos?
Inicialmente, o Comprova buscou a reportagem do Terra citada no conteúdo aqui verificado. Logo já ficou claro que o jantar não foi pago por Dilma ou pelo governo brasileiro.
Conferimos também o site da Biblioteca da Presidência da República, que tem registros do evento com a mesma data.
Pelo Cartão de Pagamentos do Governo Federal que seria utilizado para arcar com esse tipo de despesa, não foi localizado nenhum gasto próximo a esse valor no dia 11 de dezembro de 2012 ou em datas próximas.
Verificação
Dilma e o jantar
No dia 11 de dezembro de 2012, o governo francês, por meio do então presidente François Hollande, ofereceu um jantar de gala em honra à visita oficial da ex-presidente Dilma Rousseff e ministros ao país europeu.
Realizado no Palácio do Eliseu, a residência oficial do presidente da França, o evento recebeu políticos, empresários e celebridades dos dois países. Dilma também posou para fotos ao lado de Hollande e de estudantes brasileiros que participavam do programa Ciências Sem Fronteiras, como publicado na Biblioteca da Presidência da República.
Bolsonaro e a pizza
"Prefiro um presidente que come pizza em pé, do lado de fora do restaurante", começa o post falso. O conteúdo se refere ao dia 19 de setembro deste ano, quando o presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), para evitar a exigência da vacina contra a covid-19 em Nova York, jantou pizza, em pé, na calçada de um restaurante.
Por que investigamos?
Em sua quarta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos relacionados ao governo federal, pandemia e eleições que viralizam nas redes. A publicação verificada aqui teve ao menos 700 interações até 21 de setembro - depois, foi removida do Facebook.
Outras publicações no Twitter também não estão mais acessíveis. O post que mais repercutiu foi postado no grupo "Bolsonaro 2022 " do Facebook com quase 1 milhão de integrantes. Um tuíte no perfil @n7contii_ alcançou 932 interações até 23 de setembro.
O conteúdo, que também foi verificado por Estadão Verifica e Aos Fatos, tenta enaltecer Bolsonaro e desmerecer os ex-presidentes Dilma e Lula - este à frente de Bolsonaro na corrida presidencial segundo pesquisas recentes - a partir de uma mentira. Recentemente, o Comprova publicou outras verificações com o mesmo propósito, como a do vídeo que omite ações de governos anteriores para exaltar obras de Bolsonaro na Transamazônica e a da gravação que fala em trama com participação de Lula e do STF para matar Bolsonaro.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.
Esta reportagem foi produzida com a participação de jornalistas que recebem formação em verificação pelo Programa de Residência no Comprova.
O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.