Bolsonaristas omitem que jornal dos EUA também falou de covid e desemprego
Autoridades e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) omitiram, em posts no Twitter no último fim de semana, trechos de uma reportagem do jornal americano "Wall Street Journal" que tratam da situação da covid-19 e do desemprego no Brasil, destacando apenas a parte do título que fala do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2021.
Ontem (6), o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), e o deputado federal Luiz Lima (PSL-RJ), assim como outros apoiadores do governo, compartilharam uma foto da manchete do "Wall Street Journal" do dia 2 de junho, que diz: "Brazil's economy bounces back while covid-19 still rages". Em tradução livre, a manchete significa: "Economia do Brasil se recupera enquanto a covid-19 ainda se alastra". No entanto, os tweets em questão só destacaram o trecho sobre a recuperação econômica.
O texto publicado no site é uma reprodução do publicado na versão impressa em 2 de junho. Logo no primeiro parágrafo, o texto do "Wall Street Journal" diz que muitos brasileiros ignoraram o apelo de cientistas para ficarem em casa.
"Enquanto brasileiros lotam shoppings e bares, 77 pessoas estão morrendo de covid-19 por hora no país. Mais de 460 mil brasileiros morreram da doença até agora", diz a reportagem.
Outro trecho lembra que especialistas em saúde pública condenam o afrouxamento do isolamento social, que teria dado as condições para o surgimento da variante P.1, também chamada de Gamma. Segundo a reportagem, a queda no isolamento evitou uma queda maior do consumo enquanto a variante "varreu o Brasil, provocando o aumento de infecções".
O "Wall Street Journal" também diz que o crescimento de 1,2% do PIB no primeiro trimestre deste ano foi impulsionado pela exportação de produtos agropecuários, e pontuou, por meio da entrevista com um economista, que o Brasil ainda tem dificuldade de diversificar sua economia para além das commodities.
O texto informa ainda que parte da recuperação se deveu ao pacote de estímulos dado pelo governo, em particular ao auxílio emergencial —o maior entre países emergentes. No entanto, explica também que, com o fim do pagamento do auxílio, o desemprego bateu recorde no país.
Economistas ouvidos pelo jornal preveem uma queda do PIB no segundo trimestre, com o aumento das medidas de isolamento adotadas por governos estaduais e municipais, após mais um crescimento no número de casos de covid-19 em março e abril. Já o segundo semestre pode trazer indicadores melhores, se a vacinação no país avançar, diz a reportagem.
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