Desembargador que esteve com Bolsonaro em Dubai não julga rachadinha
É falso que o desembargador Marcelo Buhatem, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), seja o responsável por cuidar do caso das rachadinhas, conforme postagens que circulam nas redes sociais desde o começo da semana. Buhatem esteve com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Dubai, e um dos investigados no processo é o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do chefe do Executivo federal. No entanto, o caso tramita no Órgão Especial do TJ-RJ, do qual Buhatem não é membro, e tem o desembargador Milton Fernandes de Souza como relator.
A foto em que Buhatem aparece com Bolsonaro foi divulgada nas redes do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ) e mostra parte da comitiva que acompanhava o presidente na recente viagem ao Oriente Médio. Além de Buhatem, Bolsonaro e Hélio, aparecem na imagem o chefe de gabinete da Presidência, Célio Faria Júnior, o ex-senador Magno Malta (PL-ES), e os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Tereza Cristina (Agricultura).
Buhatem, que preside a Andes (Associação Nacional dos Desembargadores), afirmou em rede social que não viajou junto da comitiva de Bolsonaro, mas sim a encontrou diretamente em Dubai, onde passava as férias. Ele também alegou ter pagado pela própria viagem, sem que fosse custeada com recursos públicos.
"Sobre as notas em sites afirmando, equivocadamente, que o Sr. Presidente Jair Bolsonaro teria me levado à Dubai: esclareço que não corresponde à realidade, pois em Dubai eu já estava de férias. Vale ressaltar que não usei dinheiro público, nem da ANDES ou tampouco avião do governo", diz em nota publicada no Twitter da Andes.
Na nota, o desembargador também disse que nunca atuou em processos criminais. O site do TJ-RJ informa que Buhatem atua na área cível.
A falsa associação de Buhatem ao caso das rachadinhas teve 177 mil interações no Twitter (entre curtidas e compartilhamentos), 41 mil no Instagram e 32 mil no Facebook, sendo compartilhada inclusive entre políticos de oposição, como os deputados federais David Miranda (PSOL-RJ), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Ivan Valente (PSOL-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Paulo Teixeira (PT-SP).
Em alguns posts, os parlamentares citaram como fonte da alegação incorreta uma matéria da revista Fórum publicada na segunda-feira (15). O texto de fato continha, em uma primeira versão, o erro de informação, mas foi corrigido e teve uma errata incluída. No entanto, mesmo após a correção, as publicações dos deputados continuavam no ar.
Este conteúdo também foi checado por AFP e Aos Fatos, e citado pela Folha.
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