Josmar Jozino

Josmar Jozino

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Justiça Militar manda prender PM suspeita de furto em batalhão de Santos

A Justiça decretou a prisão preventiva da policial militar Vanessa Rezende, acusada de envolvimento no furto de armas e munição do 6º Batalhão de Santos. Ela é ordenança de um tenente-coronel, comandante da unidade alvo do crime, e teria tentado cometer suicídio quando soube que seria presa.

A prisão foi decretada nesta sexta-feira (10) pela juíza Maria Elisa Terra Alves, do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo.

O escritório GRSantos Advogados Associados informou à reportagem, por meio de Gislaio Rian dos Santos, defensor de Vanessa, "que repudia a medida cautelar de prisão preventiva em desfavor da cliente por não observar o princípio constitucional da presunção de inocência".

Segundo a defesa, "Vanessa não remete qualquer risco concreto à sociedade, buscando de forma abstrata a punição antecipada, sem observância do devido Processo Legal".

Para os defensores, "a juíza deveria observar que a acusada é mãe de duas crianças, sendo uma menina de 15 anos e um menino de 5, e que ambos residem com a Vanessa e são dependentes dela".

Os advogados sustentam ainda que "pelo fato de o delito não ter sido praticado com violência e grave ameaça, a decisão vai em desencontro com a Jurisprudência dos Tribunais Superiores".

A defesa informou também que "ira provar a inocência da acusada durante a marcha processual, em primeiro momento, e buscará a liberdade dela por meio da 2ª instância do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo".

O furto no 6º Batalhão da Polícia Militar de Santos (SP), uma das principais unidades da corporação na Baixada Santista, aconteceu no último domingo (5). A Polícia Civil e a PM abriram inquéritos para apurar as circunstâncias do caso.

Foram furtados duas pistolas Glock .40 da Polícia Militar; 210 projéteis de pistolas do mesmo calibre; dois carregadores de pistola particular 9 mm; 24 projéteis particulares também de pistola 9 mm e um colete à prova de bala particular.

Continua após a publicidade

Fontes policiais disseram à reportagem que o furto aconteceu nos alojamentos dos PMs, localizado perto da sala de armas do batalhão. As mesmas fontes acrescentaram que o local dispõe de câmeras de segurança que fazem monitoramento, mas sem realizar gravações das imagens.

As investigações para chegar aos responsáveis pelo furto começaram com um levantamento de quem fez Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial) no 6º Batalhão, que corresponde a oito horas de atividades fora do período normal de trabalho.

Vanessa teria feito o Dejem no 6º Batalhão de Santos. Segundo as investigações, impressões digitais dela foram encontrados nos armários arrombados.

Num imóvel relacionado à policial militar foram encontrados projéteis furtados. As armas levadas não haviam sido localizadas. Fontes policiais disseram à reportagem que Vanessa pediu para fazer a guarda no 6º Batalhão e praticou o furto. Há suspeitas de envolvimento de outras pessoas no crime.

Segundo furto na região

Esse foi o segundo furto de armas em unidades da Polícia Militar de Santos em praticamente dois anos e meio. O anterior aconteceu em 29 de outubro de 2021 no posto da 3ª Companhia do 1º Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv), como informou esta coluna em 5 de novembro de 2021.

Continua após a publicidade

Na ocasião foram levados dois fuzis de calibre 5,56, da marca Imbel; dois de calibre 7,62, da Scar, e dois também de calibre 7,62, modelo FAL. Os criminosos furtaram ainda caixas de munição contendo um total de 200 projéteis.

Os fuzis e a munição estavam guardados na sala de reserva das armas do posto policial. Uma escada de alumínio de 12 degraus, dobrável, foi encontrada na parte externa da base militar, do lado direito, na área de matagal, perto do setor de preleção

À época, a Delegacia Sede de Vicente de Carvalho, no Guarujá, Baixada Santista foi comunicada sobre o furto e acionou a Polícia Científica para realizar perícia no local. Peritos do Instituto de Criminalística colheram impressões digitais na escada de alumínio.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes