Post engana ao atribuir propostas de segurança a Haddad

Não há registros de que o candidato a governador de São Paulo Fernando Haddad (PT) tenha dito que vai criar uma rede social para monitorar policiais, que vai exonerar agentes que matarem pessoas durante ocorrências e que irá acabar com a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), como alega um post compartilhado no Facebook. As afirmações são insustentáveis. Outras falas também são enganosamente atribuídas ao petista na mesma publicação.

O que diz a publicação? As falas erroneamente atribuídas ao ex-prefeito de São Paulo são:

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• "Policial só tem que andar armado em serviço, na folga vai deixar a arma no quartel";
• " Vamos criar uma rede social própria para monitorar PMs em tempo integral";
• "A polícia tem que entender que bandido também é cidadão de bem";
• "Havendo ocorrência com morte, o policial será exonerado";
• "Não acho que policial ganha pouco";
• "É inaceitável qualquer atividade na hora de folga";
• "A Rota precisa ser extinta";
• "Não acho justo um delegado fazer flagrante de um jovem que estava com um quilo de maconha".

Por que é insustentável? Não existem registros de que Haddad tenha dado qualquer das declarações mencionadas em suas redes sociais oficiais ou em entrevistas à imprensa. As medidas também não constam no plano de governo da candidatura.

O UOL Confere considera um conteúdo insustentável quando não há nenhum dado público que possa sustentar a alegação checada.

O que diz o programa do candidato? Ao contrário do que diz o post, está escrito no plano de governo registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que os policiais paulistas são mal remunerados e é prometida a valorização da "carreira dos policiais, garantindo melhores condições de trabalho e salários". O programa também prevê a criação de plano de metas, a priorização da diminuição da letalidade policial, a ampliação da colocação de câmeras nos uniformes e o reforço do policiamento comunitário.

Em junho deste ano, Haddad afirmou ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que pretende tratar os policiais como trabalhadores que precisam ser valorizados, "porque não estão, nem do ponto de vista da carreira nem do ponto de efetivo".

O UOL Confere entrou em contato com a assessoria do Haddad que disse que a postagem é "claramente fake" e que o candidato do PT "nunca falou nada disso".

A publicação também foi checada por Aos Fatos.