Lula exagera ao dizer que Brasil é maior produtor de carnes do mundo
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, exagerou novamente ao citar a posição do Brasil no ranking mundial de produtores de carnes em declaração dada no primeiro ato de campanha, em uma porta de fábrica do ABC Paulista na tarde desta terça-feira (16). É a terceira vez que Lula erra o mesmo dado. Ele também repetiu a informação em agenda na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na semana passada e na USP (Universidade de São Paulo) nesta segunda-feira (15).
O que disse Lula?
O Brasil é o terceiro produtor de alimentos do mundo, por isso não pode ter 33 milhões de pessoas passando fome. A gente vai ter que ganhar, porque o Brasil é o primeiro produtor de proteína animal do mundo. O primeiro produtor de carne do mundo é o Brasil, portanto, não justifica uma mulher ficar na fila do açougue para pegar um osso, ou pegar uma carcaça de frango.
Verdadeiro. Sobre o Brasil ser o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, o candidato acertou. No mais recente relatório estatístico "World food and agriculture" da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), o Brasil aparece atrás apenas da China e da Índia no volume total de produção de alimentos como cereais, açúcar, vegetais, oleaginosas, frutas, raízes e tubérculos. O levantamento é de 2021, com dados de 2019.
Terceiro lugar. No entanto, o Brasil não é o primeiro produtor de carne do mundo e sim o terceiro, atrás de China e Estados Unidos, segundo um outro relatório da FAO, de 2021, com dados de 2020 sobre o mercado mundial de carne. As informações estão na página 23.
33 milhões passam fome. O dado é correto. De acordo com a segunda edição da pesquisa Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil, feita pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e divulgada em junho deste ano, há 125 milhões de pessoas em insegurança alimentar no Brasil e mais de 33 milhões em situação de fome (insegurança alimentar grave).
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