Debate: Haddad acerta sobre queda da cobertura vacinal no governo Bolsonaro

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, acertou ao dizer que a cobertura vacinal contra a poliomielite tem caído no país durante o governo de Jair Bolsonaro — o número está em queda desde 2019, primeiro ano do mandato. A fala de Haddad ocorreu durante o debate entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo promovido por UOL, Folha de S. Paulo e TV Cultura nesta terça-feira (14).

Desde que o Bolsonaro assumiu a presidência, está caindo todo ano a cobertura de vacina. Nós estamos falando de criança, estamos falando de poliomielite, de paralisia infantil.

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É verdade. Em 2018, a cobertura vacinal contra a poliomielite era de 89,54%, e desde então está em queda. Em 2019 foi 84,19%; em 2020, 76,16% e em 2021 chegou a 69,98%. A meta de cobertura vacinal da poliomielite é de 95%. A última vez que a meta foi atingida foi em 2015, com cobertura vacinal de 98%. A cobertura caiu no ano seguinte (84,43%), mas teve uma pequena alta em 2017 (84,74%) e cresceu mais em 2018 (89,54%). Os dados são do DATASUS.

Presídios federais. Haddad também acertou ao dizer que "todos os presídios federais começaram a ser feitos pelo PT". O Brasil tem cinco presídios federais. A primeira prisão federal, construída em Catanduvas (PR), foi anunciada por Lula em 2003 e inaugurada em 2006. A segunda prisão federal foi a de Campo Grande (MS), inaugurada também em 2006. A terceira unidade, em Porto Velho (RO), foi inaugurada em 2008, durante o segundo mandato do petista. O presídio de Mossoró (RN) foi inaugurado em 2009, também durante o segundo mandato de Lula na presidência. A quinta prisão federal que fica no Distrito Federal, embora tenha sido inaugurada em 2018, portanto durante o governo Michel Temer, começou a ser construída em 2014 durante o mandato de Dilma Rousseff.

De cada três celulares roubados no Brasil, um é roubado em São Paulo. De cada três crimes de estelionato que são os golpes de Pix e 'zap' no Brasil, um é em São Paulo.

Roubo de celular: verdadeiro. O candidato também acertou a proporção dos crimes de roubo de celulares no Estado de São Paulo. Em 2021, foram registrados 481.694 roubos de celulares no Brasil, dos quais 150.333 em São Paulo, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o que corresponde a cerca de 31% dos casos no país.

Estelionato por meio eletrônico: impreciso. Já em relação aos crimes de estelionato, foram registrados 1.265.073 casos no ano passado em todo o país, dos quais 382.110 foram em São Paulo, o que corresponde a 30% do total. O Fórum de Segurança Pública, responsável pelo levantamento, alerta, porém, que o Estado de São Paulo registra como estelionato apenas os casos tentados ou consumados. O Estado não forneceu dados sobre "estelionato por meio eletrônico" (os "golpes de Pix e zap"), como outras unidades da federação. A lei que tipifica estelionato por forma eletrônica ou pela internet é de maio de 2021 e outros oito estados não informaram o dado para o Anuário de Segurança Pública.