No SBT, Ciro cita prêmio que recebeu por política criada por Tasso

O candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou ter ganhado um prêmio da ONU (Organização das Nações Unidas) pelo combate à mortalidade infantil enquanto governador do Ceará. Ele deu a declaração imprecisa durante o debate entre presidenciáveis realizado na noite de hoje (24) pelo pool de veículos formados pelas emissoras CNN Brasil e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM. Em sua participação, o candidato acertou dados sobre fome e percepção da corrupção. Veja a checagem:

Educação

"Fui ao Plenário das Nações Unidas receber o prêmio mundial de combate a mortalidade infantil"

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Impreciso. É verdade que prêmio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) entregue a Ciro Gomes em 1993 foi concedido por ações dos governos de Tasso Jereissati (1987-91) e de Ciro (91-94) no Ceará, que resultaram na queda da mortalidade infantil entre 1987 e 1992 no Estado. No entanto, a ação premiada, o programa "Agentes de Saúde", foi criada por Tasso em 1987. Ou seja, é uma herança do governo anterior, mantida por Ciro.

O UOL Confere classifica com o selo impreciso alegações sem contexto suficiente para a compreensão correta do assunto.

Em debate de presidenciáveis realizado em 2002, Serra acusou Ciro de "dizer que ganhou um prêmio do Unicef pelo trabalho que fez contra a mortalidade infantil e o prêmio foi para o governo anterior". Ciro só disse que o tucano estaria fazendo "agressões inverídicas".

Fome

"Hoje 125 milhões de brasileiros não fizeram três refeições, só uma, vou dizer aqui em alta voz, em cada quatro crianças nesse país, que é um dos maiores produtores de comida do mundo, fez as quatro refeições".

Verdadeiro. Conforme o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, em números absolutos, são 125,2 milhões de brasileiros que passam por algum grau de insegurança alimentar.

Política

"[O presidente Jair Bolsonaro] está com a percepção de 70% do povo de que o governo dele entregou-se a corrupção e a crise econômica"

Verdadeiro. Segundo o Datafolha, 69% dos brasileiros consideram que há corrupção no governo Bolsonaro. Em julho, o número estava em 73% —houve queda, mas no limite da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou menos.