Defendo mulheres e tirei corrupção das manchetes: fakes de Bolsonaro no SBT
Durante debate promovido por um pool de veículos de imprensa neste sábado (24), o presidente Jair Bolsonaro mentiu sobre sua atuação em defesa de mulheres, ao afirmar que "tirou a corrupção das manchetes", ao mencionar o veto ao reajuste de merenda escolar e a transposição do Rio São Francisco —ele diz que concluiu a obra, mas ainda há trechos em fase de licitação.
Essa é a nossa diferença, eu defendo as mulheres, não da boca para fora. Eu defendo de fato."
Falso. Bolsonaro faz constantes ataques a mulheres jornalistas. No debate entre presidenciáveis promovido por UOL, Folha Band, Folha e TV Cultura, Bolsonaro ofendeu a jornalista Vera Magalhães ao dizer que ela era uma "vergonha para o jornalismo brasileiro". Em junho, Bolsonaro foi condenado a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha, por danos morais. Ele disse a apoiadores que a jornalista "queria dar o furo a qualquer preço contra mim".
A senhora (Simone Tebet) não defendeu duas médicas que foram na CPI da Covid, foram maltratadas, pisoteadas pelos seus colegas, e a senhora não fez nada."
Falso. Não é verdade que a senadora Simone Tebet deixou a médica Nise Yamaguchi "ser humilhada", o que já foi checado pelo Projeto Comprova. No dia do depoimento da médica, Tebet não estava presente.
Não é justo, e não é verdadeira essa acusação de cortar dinheiro para a merenda, que o orçamento não foi votado ainda."
É verdadeiro que o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual 2023) ainda não tenha sido votado. No entanto, é falso que o presidente não tenha cortado dinheiro da merenda escolar. Bolsonaro vetou o reajuste na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O valor está congelado há cinco anos.
Nós tiramos a corrupção das manchetes, três anos e oito meses, você não vê escândalo de corrupção no meu governo".
Falso. Não é verdade que não há manchetes sobre suspeitas de corrupção no governo Bolsonaro. Entre os escândalos noticiados está o caso do "balcão do MEC", em que o ex-ministro da educação Milton Ribeiro chegou a ser preso por suspeitas de irregularidades no Ministério durante a sua gestão. Ribeiro é acusado de favorecer pastores na distribuição de verbas públicas, além de participação em crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
Queda em ranking de combate à corrupção. Nos últimos 4 anos, o país caiu no CCC (Índice de Capacidade de Combate à Corrupção), elaborado pela Americas Society/Council of the Americas. O último relatório, publicado em junho deste ano, mostra que o Brasil passou para o 10º lugar em uma lista de 15 países da América Latina. No relatório anterior, de 2021, estava em 6º.
Sem investigações. Além da queda nos rankings anticorrupção, a PGR (Procuradoria Geral da República) já arquivou 104 pedidos de investigação contra Bolsonaro vindos do STF (Supremo Tribunal Federal), como reportou o UOL em julho deste ano. A pesquisa considera as petições enviadas ao STF a partir de setembro de 2019, início da atual gestão da PGR.
Nós demos o exemplo. Como? Escolhendo pessoas corretas para estar a frente dos Ministérios. Nós não aceitamos as indicações político-partidárias para Ministérios, para Caixa Econômica, Banco do Brasil, BNDES, e para as estatais."
Falso. Não é verdade que não houve indicação política para cargos em ministérios. João Roma, por exemplo, do Ministério da Cidadania, foi indicado pelo Centrão para o cargo e tem carreira política como deputado federal pelo PL e foi assessor parlamentar. Seu antecessor, Onyx Lorenzoni, também é filiado ao mesmo partido, passou pela secretaria do Governo e pela pasta do Trabalho e Previdência. Bolsonaro também nomeou para cargos pessoas sem experiência prévia como, por exemplo, Eduardo Pazzuelo, que não era médico, nem tinha experiência na área e assumiu o Ministério da Saúde no meio da pandemia de covid-19.
Nós concluímos a transposição do rio São Francisco."
Falso. De acordo com o site do Ministério do Desenvolvimento Regional, ainda não foram concluídas, por exemplo, as obras do Ramal do Salgado, que deve abastecer 54 municípios cearenses e o Ramal do Apodi, previsto para fornecer água a 54 municípios do Rio Grande do Norte, 32 da Paraíba e 9 do Ceará. O Ramal do Piancó, que deve permitir o abastecimento de 37 municípios paraibanos ainda está em fase licitatória.
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