Nem Bolsonaro, nem Lula: menor desmatamento na Amazônia é do governo Dilma
Em debate promovido por UOL, Folha, Band e TV Cultura neste domingo (16), os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discutiram sobre as taxas de desmatamento na Amazônia. Bolsonaro afirmou que, durante o primeiro mandato do petista o desmatamento foi maior que o dobro do registrado no seu governo. "Você desmatou 2,5 vezes mais do que no meu governo", disse ao concorrente. Já Lula, afirmou que "o menor desmatamento da Amazônia foi no nosso governo".
O menor índice da série histórica foi registrado no ano de 2012, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Embora as taxas dos três primeiros anos da gestão de Lula (que governou por oito anos) tenham sido maiores que as dos três primeiros anos de Bolsonaro, o petista reduziu o índice a partir de 2005, enquanto sob Bolsonaro o desmatamento registrado na região só aumenta a cada ano.
Comparações. Como mostra matéria do UOL Confere, o desmatamento acumulado na Amazônia nos primeiros três anos do governo Lula (2003 a 2005) foi maior que o dobro do período entre 2019 a 2021, primeiros três anos do governo Bolsonaro. Mas a taxa herdada pelo petista ao assumir o governo foi quase o triplo da que Bolsonaro encontrou ao assumir a presidência. Enquanto, sob o governo Lula, o índice passou a cair a partir de 2005, em todos os anos do governo Bolsonaro a taxa cresce. O UOL Confere considerou os três primeiros anos de cada gestão, e não os quatro, como disse Bolsonaro, porque a série histórica de 2022 não está completa.
Lula x Bolsonaro. Segundo dados do PRODES, o sistema de monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a área total desmatada na Amazônia Legal de 2003 a 2005 —primeiros três anos de governo Lula— foi de 72.128 km². Já nos primeiros três anos sob Bolsonaro, de 2019 a 2021, a perda acumulada foi de 34.018 km² —menos da metade.
Heranças diferentes. Porém em 2002, quando Lula foi eleito, o desmatamento na Amazônia foi de 21.650 km². Já em 2018, quando Bolsonaro se elegeu, a taxa foi de 7.536 km², quase três vezes menor.
A partir de 2005, porém, o desmatamento no bioma começou a ser contido e registrou quedas sucessivas pelos anos seguintes. Quando Lula entregou o governo, em 2010, a taxa havia caído para um terço da registrada em 2002.
Enquanto o governo Lula passou a reduzir os índices a partir do terceiro ano de governo, a gestão bolsonarista vem registrando altas sucessivas desde o início, acelerando uma curva de crescimento que vinha desde 2017. O aumento acumulado do desmatamento sob Bolsonaro é de 73%.
Menor índice. A menor taxa de desmatamento anual na Amazônia foi registrada em 2012, no governo da petista Dilma Rousseff, de acordo com a série histórica do PRODES, do Inpe. Naquele ano a taxa de desmatamento da Amazônia Legal foi de 4.571 km².
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