Falsa ameaça ao STF atribuída a Lula volta a circular nas redes sociais
O presidente Lula (PT) não declarou que, "se fosse preso", iria "arrastar o STF [Supremo Tribunal Federal] junto", ao contrário do que diz um vídeo que circula nas redes sociais repetindo a declaração falsa atribuída ao petista. Não há registros sobre essa afirmação em discursos, entrevistas ou nas redes sociais do presidente.
O que diz o post. O vídeo, publicado primeiramente no Kwai e depois compartilhado no Facebook —com mais de 175 mil visualizações—, mostra um print de uma entrevista concedida pelo jurista Modesto Carvalhosa à jornalista Maria Lydia na edição de 29 de março de 2018 do Jornal da Gazeta.
Na ocasião, o jurista comentava sobre a suspensão do julgamento do habeas corpus de Lula pelo STF. Ao ser questionado pela jornalista, Carvalhosa diz que Lula "declarou outro dia e saiu em todos os jornais que, se ele fosse preso, iria arrastar os ministros do Supremo Tribunal também com ele".
No post que viralizou, uma pessoa comenta a suposta afirmação de Lula e ainda diz, sem qualquer fonte, que o ministro Alexandre de Moraes atuaria para derrubar o petista e o vice Geraldo Alckmin assumir a Presidência da República.
"Quem vai derrubar o Lula é o ministro Alexandre de Moraes para Alckmin entrar. Quem era Alexandre de Moraes? Chefe da segurança pública de São Paulo, quando Alckmin era governador. Mas se ele derrubar Lula, o que vai acontecer? Lula vai arrastar um bocado com ele", afirma a pessoa no post.
Lula não disse a frase atribuída a ele. Em pesquisas avançadas nas redes sociais de Lula por termos relacionados à frase, não há qualquer menção à declaração. Também não aparecem notícias sobre discursos ou entrevistas do presidente que mencionem a frase ou publicações de colunistas especializados na cobertura dos bastidores de Brasília.
O projeto Comprova, do qual o UOL Confere faz parte, também já desmentiu a frase, em julho de 2022, concluindo que ela foi inventada e atribuída a Lula. Na ocasião, o petista e o próprio STF afirmaram que a frase nunca existiu.
A publicação no Facebook é de 2 de março e tem 13 mil curtidas, 2.100 comentários, 8.800 compartilhamentos.
O conteúdo também foi checado pela Reuters.
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