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Covid: Nota da Anvisa sobre Pfizer é de 2021; post omite defesa da vacina

24.mar.2023 - Comunicado foi divulgado pelo órgão em julho de 2021 - Reprodução/Instagram
24.mar.2023 - Comunicado foi divulgado pelo órgão em julho de 2021 Imagem: Reprodução/Instagram

Pedro Vilas Boas

Colaboração para o UOL, em Salvador

24/03/2023 18h25Atualizada em 24/03/2023 18h25

Circula nas redes sociais como se fosse atual uma nota da Anvisa de 2021 que alerta sobre o risco de miocardite e pericardite aos vacinados contra a covid-19 com o imunizante da Pfizer.

As publicações omitem que a agência defendeu o uso da vacina da Pfizer.

O que diz o post

  • "Bolsonaro tem razão!", diz a descrição da postagem;
  • Na foto publicada, aparecem o link da nota da Anvisa e um texto que afirma: "A Anvisa orienta aos vacinados com Pfizer para procurar atendimento médico imediato se tiverem dor no peito, falta de ar e palpitações. Miocardite é a inflamação do músculo cardíaco e pericardite é a inflamação do revestimento externo do coração".

Por que o conteúdo é distorcido

  • A publicação sugere que a nota foi divulgada pela Anvisa recentemente, o que não é verdade. O alerta é de 9 de julho de 2021;
  • A postagem também omite um trecho do comunicado em que o órgão defende o uso do imunizante, já que os riscos são baixos (veja aqui). "A Anvisa ressalta que mantém a recomendação de continuidade da vacinação com a vacina da Pfizer, dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios superam os riscos", diz um trecho da nota;
  • Casos de miocardite e pericardite após o uso do imunizante são "muito raros", segundo a bula da vacina da Pfizer (veja aqui);
  • O UOL Confere aplica o selo distorcido a conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

O que diz a Anvisa

  • Procurada pelo UOL Confere, a Anvisa reforçou a defesa do imunizante da Pfizer contra a covid-19:

Os eventos adversos são conhecidos, raros e descritos em bula, sendo que os risco de complicações pela Covid superam os eventos adversos previstos Nota da Anvisa

  • Ainda segundo o órgão, o monitoramento realizado pela Anvisa demonstra que a grande maioria dos eventos identificados são "não graves", normalmente relacionados a efeitos no local da aplicação, como dor e inchaço, ou eventos de curta duração, como ocorrência de febre e indisposição.

A publicação distorcida, compartilhada no Instagram na terça-feira (21), registra 20,9 mil curtidas e 1,647 comentários.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

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