Post transfóbico mente ao dizer que nadadora trans é a mais rápida do mundo
É falso o conteúdo transfóbico de uma postagem compartilhada no Facebook que afirma que a nadadora transgênero Lia Thomas conquistou o título de "mulher mais rápida do mundo".
A norte-americana não disputou uma competição mundial nem superou o recorde do campeonato universitário que participou.
O que diz a mensagem?
- "É Sobre isso que Nicolas Está Falando e Muitos estão Distorcendo sua fala !!! A nadadora Lia Thomas bate novo recorde e se torna a a mulher mais rápida do mundo. Só tem um detalhe, ela não é mulher. As mulheres lutaram tanto por suas conquistas e continuam perdendo espaço para os homens...".
- A publicação falsa faz referência ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que usou uma peruca e fez um discurso transfóbico no Dia da Mulher, em pronunciamento na Câmara dos Deputados. O discurso gerou três notícias-crime por transfobia no STF (Supremo Tribunal Federal).
Por que o post é falso
- Lia Thomas, de 22 anos, ainda não participou de uma competição mundial. Ela espera participar da seletiva para as Olimpíadas de 2024;
- A atleta conquistou no ano passado o primeiro lugar das 500 jardas livres da NCAA, a liga universitária americana, com um tempo de 4m33s24.
- Ela, porém, não conseguiu superar o recorde de 4m24s06 na competição. A marca é da campeã olímpica Katie Ledecky, também detentora dos recordes mundiais nos 400m, 800m e 1500m livres.
O que é transfobia
- A transfobia é uma forma de discriminação contra pessoas transgêneras e transexuais que pode ir além do ataque físico e verbal. O termo se refere a qualquer ação ou comportamento que se baseia no ódio, medo, intolerância e rejeição às pessoas trans por conta da forma como expressam o seu gênero na sociedade.
- Desde 2019, a transfobia é considerada crime hediondo, inafiançável e com pena de dois a cinco anos na legislação brasileira.
Por que o post é transfóbico
- O post rejeita a identidade de gênero da nadadora ao dizer que Lia "não é mulher" e que mulheres "continuam perdendo espaço para os homens". Lia é uma mulher trans. Pessoas trans são aquelas que não se identificam com o sexo atribuído ao nascer.
Desinformação e transfobia
- Após o discurso transfóbico do deputado Nikolas Ferreira, circulam nas redes sociais postagens que disseminam desinformação sobre a presença de atletas transgênero em competições com mulheres cisgênero (aquelas que se identificam com o gênero atribuído no nascimento);
- Ontem (23), o UOL Confere publicou que é falsa a informação compartilhada no Instagram de que Laurel Hubbard, primeira mulher trans a participar de uma olimpíada, foi desclassificada da competição após sofrer uma "lesão no testículo". A desinformação foi publicada originalmente em um site norte-americano conservador e cristão que se define como satírico.
- Também não é verdade que a lutadora brasileira de MMA Gabi Garcia seja transexual, como afirma uma outra publicação de teor transfóbico que circula nas redes sociais.
A publicação falsa sobre Lia Thomas, compartilhada no Facebook no último dia 13, registra 712 encaminhamentos, 86 comentários e 77 reações.
Sugestões de checagens podem ser enviadas pelo WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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