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Transposição do São Francisco não causou mortes de peixes em barragem no RN

28.mar.2023 -  Vídeo que mostra peixes mortos e alguns ainda se debatendo em uma porção de água bastante rasa mente - Arte/UOL sobre Reprodução/Facebook
28.mar.2023 - Vídeo que mostra peixes mortos e alguns ainda se debatendo em uma porção de água bastante rasa mente Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução/Facebook

28/03/2023 13h41

É falso que uma concentração de peixes na barragem de Oiticicas (RN) tenha sido causada pelo fechamento das comportas do rio São Francisco pelo governo federal, como diz vídeo que circula nas redes sociais. A cena não é de Oiticicas.

A barragem ainda está em construção nos municípios de Jucurutu, Jardim das Piranhas e São Fernando e nem sequer começou a armazenar as águas do São Francisco. A obra recebe apenas águas do rio Piranhas-Açu, que são as que aparecem na imagem.

As informações são do Igarn (Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte).

O pedido de checagem foi enviado por leitores do UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.

O que diz o post?

  • O vídeo mostra peixes mortos e alguns ainda se debatendo em uma porção de água bastante rasa;
  • "Olha aqui, barragem das Oiticicas no Rio Grande do Norte, o Governo Federal fechou as comportas da transposição do Rio São Francisco e os peixe (sic) tudo aí, morrendo afogado. Afogado não, morrendo sem água, é o contrário, né", diz um homem que está local.
  • Ele filma a água batendo em seu tornozelo e faz uma panorâmica da suposta barragem com estruturas de concreto ao redor da lâmina d'água, onde se encontram os peixes.
  • "Agora, isso é que é terrorismo para mim, isso aí é terrorismo. Os caras fecham a comporta e deixa (sic) os peixe (sic) morrer e os caras sem água no nordeste. O Alexandre de Moraes devia ver isso e prender os responsável (sic) por terrorismo", completou.

Por que é falso?

  • Fortes chuvas que atingiram a região aumentaram o volume de água nas obras da barragem. Foi criada uma passagem capaz de escoar o excesso de água, chamada de sangria.
  • A sangria reduziu o fluxo de água, prejudicando a mobilidade dos peixes que subiam o rio Piranhas-Açu e causando o acúmulo dos animais na lâmina d´água, como mostra o vídeo. É comum que isso aconteça em casos de sangria.
  • O Igarn afirma que tentou, mas não conseguiu aumentar o fluxo de água na região onde se encontravam os peixes.

Procurado, o MIDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) não respondeu.

Sugestões de checagens também podem ser enviadas para o email uolconfere@uol.com.br.

O vídeo também foi checado pelo Aos Fatos e Agência Lupa.

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