Vídeo de pole dance na cruz não foi gravado em SP, mas nos EUA
É distorcido um post que compartilha o vídeo de uma pessoa fazendo pole dance em uma representação da cruz cristã e diz que a cena aconteceu na Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo.
A gravação, na verdade, foi feita na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, em abril deste ano.
O pedido de checagem foi enviado ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz o post
"O desrespeito aos cristãos no Brasil. Essa foi a 'apresentação cultural' que a comunidade LGBT+ decidiu fazer a Jesus Cristo na Parada Gay 2023 em São Paulo", diz o texto que sobrepõe o vídeo.
Na cena, um homem aparece crucificado em cima de um palco. Em seguida, chega uma pessoa com shorts jeans curto, top brilhante e salto alto que começa a dançar de maneira sexual na cruz. A performance, depois, continua no chão.
Na legenda, está escrito: "FALTA DE RESPEITO AOS CRISTÃOS EM PARADA GAY | Fazer isso com o símbolo principal do cristianismo é completamente repugnante, desagradável e sem pudor. O respeito é uma via de mão dupla! #paradagay2023".
Por que é distorcido?
O vídeo não foi gravado em São Paulo, mas em São Francisco, nos EUA. A apresentação de pole dance feita em uma cruz foi registrada durante um evento chamado Hunky Jesus & Foxy Mary (Jesus bonitão & Maria gata, em tradução livre) (aqui e aqui), em 9 de abril (aqui), no Dolores Park, na cidade de São Francisco, na Califórnia. Vídeos publicados no YouTube confirmam que o evento não ocorreu na Parada do Orgulho LGBT+ paulistana (aqui e aqui).
O Hunky Jesus é um evento tradicional da comunidade LGBTQIA+, mas não acontece na Parada Gay. O evento é realizado anualmente durante a Páscoa, desde 1995, pela organização LGBTQIA+ Sisters of Perpetual Indulgence (aqui) e reúne uma série de performances e um concurso de fantasias com temática religiosa.
Buscas no Google não revelam nenhuma performance semelhante a essa na parada do último domingo (11) em São Paulo. Buscas no Google por matérias de veículos de imprensa profissional -UOL (aqui), Folha (aqui), Estadão (aqui), g1 (aqui), O Globo (aqui) e Metrópoles (aqui)—, não mostram nenhuma apresentação semelhante à dos EUA na última parada na avenida Paulista.
O UOL Confere aplica o selo distorcido a conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
Viralização. No TikTok, compartilhado em 12 de junho, o post atingiu, até a tarde de hoje (14), 57,8 mil visualizações, 734 curtidas, 318 comentários e 1,7 mil compartilhamentos.
O conteúdo já foi checado pelo Aos Fatos, AFP Checamos e Agência Lupa.
Sugestões de checagens também podem ser enviadas para o email uolconfere@uol.com.br.
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