Mês do Orgulho: preconceito pauta desinformações sobre população LGBTQIA+
Transfobia e homofobia são considerados crimes desde 2019, por decisão do STF (veja aqui). Ainda assim, conteúdos desinformativos sobre a população LGBTQIA+ são disseminados nas redes sociais propagando preconceitos.
Entre os assuntos que mais mobilizam as desinformações homo e transfóbicas estão mentiras sobre um falso "kit gay", a implementação de banheiros unissex, e a falsa atribuição de identidade LGBTQIA+ a pessoas que não se identificam dessa maneira, sejam autoridades ou atletas.
Transfobia
Atletas são alvo de desinformação. Entre os conteúdos transfóbicos se destacam os que atribuem falsas conquistas a atletas trans ou identidades trans a atletas cisgêneros. O objetivo é supostamente denunciar "vantagens" de atletas mulheres trans sobre atletas mulheres cis. A desinformação ignora as determinações de cada esporte e competição sobre o assunto. Cisgênero é a pessoa que se identifica com o sexo biológico com o qual nasceu, ao contrário da pessoa trans.
Mentiras ignoram o que diz o COI. Em 2021, o Comitê Olímpico Internacional publicou diretrizes sobre "equidade, inclusão e não discriminação no esporte" (veja aqui e aqui). Entre os princípios, destaca-se o da "não presunção de vantagem", segundo o qual "nenhum atleta deve ser impedido de competir ou excluído da competição com base exclusivamente em uma suposta vantagem competitiva injusta não verificada, alegada ou percebida devido à sua condição de transgênero"(leia aqui, em inglês).
Até que as evidências determinem o contrário, os atletas não devem ser considerados como tendo uma vantagem competitiva injusta ou desproporcional devido à sua condição de transgênero" Comitê Olímpico Internacional
O COI também fez uma série sobre histórias de cinco atletas trans (veja aqui) e celebrou a diversidade na competição de Tóquio, que contou com atletas trans, em publicação no dia 1º de junho (veja aqui).
O que é transfobia? O termo se refere a qualquer ação ou comportamento que se baseia no ódio, medo, intolerância e rejeição às pessoas trans por conta da forma como expressam o seu gênero na sociedade.
Homofobia
Entre os conteúdos checados pelo UOL Confere, o vídeo de um casamento entre dois homens circulou duas vezes com mentira similar. Foi falsamente atribuído como sendo o casamento de um chefe da Polícia Federal e também o de um futuro diretor da PRF.
Para o fundador do Grupo Gay da Bahia e professor aposentado de antropologia da UFBA, Luiz Mott, as mentiras que atribuem casamento gay a pessoas que não se casaram publicamente buscam tentar desmoralizar e desacreditar tais pessoas, como reflexo do preconceito.
Fake news contra a população LGBT só fazem aumentar essa homotransfobia estrutural que prejudica tanto a autoestima e a convivência pacífica e cidadã de 10% da população brasileira, milhões de LGBTs que não têm a sua cidadania plena respeitada". Luiz Mott
Confira o que já checamos
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Vídeo em que Haddad anuncia programa de auxílio a pessoas trans é de 2015
É falso que Lula esteja implementando banheiros unissex no país
É falso que programa de governo de Lula prevê banheiro unissex em escolas
Vídeo não mostra casamento de chefe da PF
Vídeo não mostra casamento de futuro diretor da PRF
É falso que livro do 'kit gay' foi distribuído em escola municipal na Bahia
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