Vídeo não mostra sequestro de crianças pelo PCC, mas campanha paquistanesa
Um vídeo que mostra uma criança sendo sequestrada por duas pessoas em uma moto é usado de forma distorcida para dizer que se trata de ação do PCC de tráfico de órgãos sexuais infantis.
A cena, na verdade, é de uma campanha de 2016 feita pela organização paquistanesa Roshni Helpline.
O pedido de checagem foi enviado ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz o post?
"O PCC deu um salve geral aí que eles pegaram uma encomenda de órgãos infantis. Então eles têm que arrumar órgãos infantis de crianças de 1 até 5 anos de idade [...] Eles estão sequestrando essas crianças e retirando esses órgãos. Consequentemente, elas morrem", diz o narrador da cena viral.
No vídeo é possível ver crianças brincando na rua quando aparecem dois homens sobre uma moto. Uma delas é pega pelos motoqueiros e as outras tentam correr atrás, mas depois fogem.
Por que é distorcido?
O vídeo compartilhado nas redes sociais não tem relação com o PCC. Na realidade, a filmagem é uma encenação que fez parte de uma campanha paquistanesa feita em 2016 pela organização Roshni Helpline (aqui).
O vídeo tinha a intenção de conscientizar para a importância de não deixar crianças desacompanhadas de seus responsáveis.
A organização do Paquistão também publicou o conteúdo no YouTube em 14 de junho de 2016 (aqui). Veja:
O vídeo completo mostra que nos instantes finais da filmagem, a criança sequestrada no início da gravação retorna com as duas pessoas na moto. Uma delas levanta uma faixa que diz, em inglês, que "leva apenas um momento para sequestrar uma criança das ruas de Karachi", cidade mais populosa do Paquistão.
Por busca reversa, foi possível encontrar a campanha original em um desmentido de versão indiana. O The News Minute publicou sobre a campanha em maio de 2018 (aqui). No site do veículo, eles dizem que o mesmo vídeo foi compartilhado na Índia sob a falsa narrativa de que sequestradores estariam nas cidades do país raptando crianças.
O UOL Confere aplica o selo distorcido a conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
O conteúdo também foi checado pela Agência Lupa.
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