Lula não tem relação com queda de 76% dos empregos da Petrobras no Nordeste

O governo Lula (PT) não tem relação com a queda de 76% nos empregos da Petrobras no Nordeste, como sugerem publicações nas redes sociais. O levantamento divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo diz respeito ao período de 2013 a 2022.

O que dizem os posts

Uma publicação compartilhada no TikTok mostra o print do título da matéria: "Petrobras corta 76% dos empregos no Nordeste e diz que redução é parte de 'plano estratégico'". O post é acompanhado de um vídeo de petroleiros comemorando a vitória de Lula nas eleições, com o texto "antes", e uma foto de uma tabela de preços de combustíveis, escrito "depois".

O post no Kwai também destaca o título da reportagem com a chamada: "PLANO ESTRATÉGICO? FAZ O L". Também é inserido no vídeo o seguinte texto: "Cadê os nordestinos que batiam no peito, diziam que amavam o Lula, o amor custa caro, pena nao tenho (sic). Até o final do governo a Petrobrás tá falida de novo pode escrever (sic)".

Por que é falso

A reportagem do Estadão, publicada no último dia 3, é baseada em um levantamento do Dieese em parceria com a FUP (Federação Única dos Petroleiros) (aqui). Em nenhum momento do texto o atual governo, que se iniciou em janeiro deste ano, é citado.

A FUP responsabiliza a privatização da empresa pela queda de empregos no Nordeste, que levou a Petrobras a ter uma concentração de sua operação no Sudeste.

A Petrobras é uma empresa de economia mista, ou seja, de capital aberto. O levantamento aponta que 34 ativos no valor de US$ 8,1 bilhões (R$ 39,5 bilhões) foram alienados pela Petrobras neste período, com o Nordeste respondendo por 42% das unidades privatizadas pela empresa no País e por 16% do montante arrecadado entre 2013 e 2022.

Viralização. A publicação falsa no TikTok, compartilhada no último dia 5, registra 65 mil visualizações e 2.471 curtidas. Já a postagem no Kwai, feita também no dia 5, tem 10.4 mil visualizações e 435 curtidas.

Este conteúdo também foi checado por Estadão Verifica, Aos Fatos e AFP Checamos.

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