Guia não foi barrada de entrar no STF por estar com camisa do Brasil
É falso que uma guia de turismo foi barrada de entrar na sede do STF, em Brasília, por estar vestida de verde e amarelo.
Apesar da mulher, de fato, não ter conseguido entrar no Supremo, o motivo não é o descrito nos posts. Segundo a Corte, para entrar na área, é preciso de autorização prévia —não se trata de uma questão de vestimenta.
O pedido de checagem foi enviado por um leitor do UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz o post
"Foi barrada porque usava as cores do Brasil", diz o texto sobreposto ao vídeo.
Na gravação a mulher comenta: "Eu sou guia em Brasília há 16 anos. Eu trabalho com sítio em Brasília. Eu faço parte dos Guias pelo Brasil e, pela primeira vez na minha vida, eu fui impedida de acompanhar os meus clientes, que iam apenas tirar uma foto com a obra do Basquiat, a Justiça, em frente ao STF, porque eu estou com uma blusa que tem a bandeira do Brasil. Eu estou em estado de choque. Eu nunca vi isso acontecer na vida. Eu não poder (sic) usar uma camisa com a bandeira do Brasil, a nossa camisa. Ela não tem conotação política, a nossa camisa existe há muitos anos e eu quero deixar registrado a minha tristeza com essa situação. Eu, como profissional do turismo em Brasília, não estou podendo acompanhar os meus turistas porque eu estou com a camisa do Brasil. Eu não ia entrar no STF, eu apenas ia na parte externa onde tem a obra justiça para tirar foto".
A legenda da publicação é: "Olha esse absurdo! A ditadura/socialismo está indo muito rápido!".
Por que é falso?
A mulher foi, de fato, proibida de entrar, mas não por estar com a blusa do Brasil. Em nota, o STF esclareceu que a guia não pode tirar a foto com a estátua da Justiça por questões de segurança do Supremo (aqui). O texto ainda reforça que a decisão não teve a ver com a vestimenta da profissional, mas com a falta de autorização de visita prévia.
A questão da vestimenta ocorre apenas no caso de a pessoa entrar no Plenário do STF. Aí sim haveria necessidade de um traje social, como também informa a assessoria da Corte (aqui).
A desinformação possui sinais clássicos de fake news, como erros de português e tom alarmista.
Viralização. Além de circular no WhatsApp, o conteúdo também viralizou no Facebook. Compartilhado em 25 de agosto, o post soma, até hoje (31), 77 mil visualizações, 6,2 mil curtidas e mil comentários.
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