Vídeo não mostra protesto por morte de bolsonarista, mas ato contra Dilma

Um vídeo não mostra um protesto pela morte de um bolsonarista, que estava preso na Papuda pelos atos de 8 de janeiro. A gravação também não é do último dia 26 de novembro.

Na verdade, o registro é de uma manifestação ocorrida em 2015 contra a então presidente Dilma Rousseff (PT)

O que diz o post:

O vídeo mostra uma multidão de verde e amarelo na Paulista, com a seguinte mensagem: "'Nós derrotamos os bolsonaristas!, 'Ministro Luiz Barroso'. Só acho que não!!! Gigante acordou!".

Abaixo do vídeo é colocado "Avenida Paulista 26/11/2023", dando a entender se tratar do protesto realizado contra a morte de Cleriston Pereira da Cunha, um dos presos pelos atos de 8/1, que estava na Papuda.

Na legenda consta a seguinte mensagem: "Patriotas fazendo história. 26/11/2023. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".

Por que é falso:

A gravação original foi feita em 15 de março de 2015 (veja aqui e abaixo), na época dos atos pelo impeachment de Dilma Rousseff. O vídeo original foi localizado por UOL Confere por meio de uma busca reversa de imagens (veja aqui), que remete para reportagens da época. Na sequência foi feita a busca no Youtube com as palavras-chaves "video 15/03/15 paulista vem pra rua" e já no primeiro resultado aparece o vídeo usado no post desinformativo.

Imagens mostram que a ciclofaixa na Avenida Paulista ainda não tinha sido entregue — o que só foi ocorrer três meses depois do ato, no final de junho de 2015 (veja aqui).

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Bolsonaristas, de fato, fizeram um protesto na Paulista, no último dia 26, contra a morte de Cleriston Pereira da Cunha, que teve um mal súbito no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal (veja aqui). Porém, a manifestação acumulou cerca de 13 mil pessoas, segundo dados divulgados pela USP (Universidade de São Paulo), inferior ao registrado no ato de 2015 (veja aqui).

Viralização. As postagens constam, nesta quinta-feira (30), com 300 mil visualizações no TikTok, 10 mil visualizações, 3,5 mil curtidas e centenas de comentários no Instagram.

Este conteúdo também foi checado pelas agências Reuters (aqui) e Aos Fatos (aqui).

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

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