É falso que Boulos subiu 2% em apenas uma atualização da apuração
Não é verdade que o candidato Guilherme Boulos (PSOL) tenha crescido 2% em apenas uma atualização da apuração dos votos no último domingo (6), ao contrário do que sugerem postagens nas rede sociais.
Período de quase uma hora mostrado no vídeo enganoso teve divulgação de cerca de 30 parciais. Além disso, o total de urnas apuradas foram de 1% a 44% neste período.
As postagens ainda erram ao citar que a variação de Boulos foi de 2%, quando o correto seria dizer dois pontos percentuais.
O que diz o post
Um vídeo que mostra a evolução da apuração dos votos para prefeitura de São Paulo com os respectivos horários no portal g1 é compartilhado com o seguinte texto sobreposto: "Urgente advogado aponta comportamento suspeito das urnas eletrônicas".
Na legenda, um homem que se identifica como advogado eleitoral diz que gravou "o momento exato que, em apenas uma atualização, o Boulos sobe 2% na apuração dos votos, este comportamento parece suspeito e deve ser apurado".
O vídeo mostra os dados da apuração de períodos entre 18h02 e 18h56.
Por que é falso
Crescimento indicado está errado. O conteúdo mostra uma alta de dois pontos percentuais no período de aproximadamente uma hora, e não de 2% como aponta a legenda.
Às 18h02, Pablo Marçal (PRTB) aparecia com 29,06% dos votos e Guilherme Boulos com 27,30%. Já às 18h56, Boulos registrava 29,18% dos votos, e Marçal, 28,30% (veja aqui e aqui). É possível verificar nos gráficos das apurações publicadas pelo portal g1 e pelo Estado de S. Paulo que houve cerca de 30 atualizações de resultados parciais neste período, e não apenas uma como aponta o vídeo enganoso.
Houve também a evolução de urnas apuradas. No período mostrado no vídeo, o total de urnas apuradas foi de 1,5% às 18h02 (veja aqui) a 44,85% depois do resultado da parcial de 18h56 (aqui).
Virada ocorreu no tempo indicado no vídeo. Guilherme Boulos passou à frente de Pablo Marçal às 18h40, como verificado pelo UOL Confere.
Sem comprovação de fraudes na urna eletrônica. As urnas eletrônicas são usadas no Brasil desde 1996, e nunca houve qualquer confirmação de fraude nas eleições por causa delas (aqui). Em 2014, o candidato derrotado na eleição presidencial, Aécio Neves (PSDB), questionou o pleito e o partido solicitou uma auditoria. A análise feita pelo PSDB constatou que não houve fraude. Em 2022, sob Bolsonaro, as Forças Armadas também fizeram um relatório como entidade fiscalizadora do processo eleitoral junto ao TSE. O documento não citou indício de fraude na eleição. No mesmo ano, o partido de Bolsonaro (PL) também questionou as urnas. As alegações do partido eram enganosas e foram desmentidas (leia aqui).
Viralização. No Instagram, um vídeo com o conteúdo desinformativo registrava mais de 500 mil reproduções.
Este conteúdo também foi checado por Reuters e Estadão Verifica.
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