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É falso que houve um vazamento recente de imagens do 8 de janeiro de 2023

24.out.2024 - Imagens usadas no post foram tornadas públicas em 2023 Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução Threads

Do UOL, no Rio

24/10/2024 17h08

É falso que imagens dos ataques em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino afirma terem sido apagadas, vazaram em outubro de 2024.

No Threads, um post reúne imagens que foram tornadas públicas no ano passado.

O que diz o post

A publicação exibe um compilado de imagens dos ataques em Brasília no 8 de janeiro de 2023 que foram tornadas públicas no mesmo ano. O conteúdo é compartilhado com a seguinte legenda sobreposta: "Urgente. Vaza vídeo do 08/01 que Flávio Dino disse ter sido "apagado"!".

O post foi publicado no Threads no dia 22 de outubro de 2024.

Por que é falso

Nenhuma das imagens exibida é inédita ou vazada. Todas foram tornadas públicas em 2023. Em pelo menos dois frames do vídeo, é possível identificar as logos de emissoras de TV, como a CNN Brasil e a Band.

Tese de infiltrados já foi desmentida antes. As legendas do post desinformativo levantam suspeitas de que as pessoas que depredaram as instituições em Brasília após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas em 2022 eram "infiltradas" de esquerda, e não bolsonaristas, o que não é verdade (aqui).

Imagens divulgadas em abril de 2023. O frame da CNN Brasil noticiava: "imagens mostram ação do GSI durante ataque ao Planalto". A notícia, exclusiva, foi ao ar na emissora no dia 19 de abril de 2023. As imagens das câmeras de segurança foram tornadas públicas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) depois disso (aqui). Confira abaixo:

Vídeo de homem que derrubou relógio foi divulgado em janeiro de 2023. A gravação que mostra um homem vestindo uma camisa com o rosto de Bolsonaro e derrubando o relógio trazido ao Brasil por Dom João 6º foi divulgada em 15 de janeiro de 2023 pelo Fantástico (aqui). As imagens são usadas no post desinformativo, que se refere ao homem como "infiltrado".

Outro vídeo é recorte de edição de telejornal exibida em abril do ano passado. Ele é introduzido no post com as legendas: "Enquanto ocorria a quebradeira, os guardas do GSI estão parados". Segundo a matéria do Jornal da Noite, da Band, o então ministro interino do GSI Ricardo Cappelli havia dito que, até aquele momento, 35% dos servidores ligados ao gabinete haviam sido substituídos. Veja abaixo:

O UOL Confere já verificou conteúdos com a mesma alegação enganosa, mas que usavam outras imagens em 2023 (aqui e aqui).

Imagens apagadas

CPMI pediu as gravações da invasão golpista. Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro, parlamentares solicitaram que o Ministério da Justiça disponibilizasse as imagens de câmeras de segurança da sede do Palácio da Justiça no dia da invasão dos golpistas (aqui e aqui);

Supremo autorizou a divulgação do material. Após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes autorizando que o Ministério da Justiça compartilhasse as imagens (aqui), parlamentares argumentaram que o material estava incompleto (aqui).

Somente vídeos que serviram de prova para PF. Em ofício enviado à CPMI, o ministério disse que foram preservados apenas os vídeos incluídos como provas no inquérito da Polícia Federal, e que as demais imagens foram apagadas após 30 dias, como prevê o contrato com a empresa terceirizada responsável pelas imagens das câmeras de segurança (aqui). O ministro também falou sobre isso em uma coletiva de imprensa (aqui).

STJ nega obrigar Ministério da Justiça a fornecer mais imagens. A ministra Regina Helena Costa, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), negou um pedido de liminar solicitada pelos parlamentares para obrigar o Ministério da Justiça a fornecer todo o material gravado pelas câmeras de segurança entre 7 de 9 de janeiro (aqui). Para a ministra, não ficou demonstrada deliberada omissão de Dino no fornecimento das imagens (aqui). O processo foi extinto sem resolução de mérito em abril deste ano.

Vizalização. Um post no Threads com o conteúdo desinformativo tinha, até esta quinta-feira (24), cerca de mil curtidas.

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