Imagens do 8 de janeiro foram divulgadas pelo GSI, não vazadas na internet

Não é verdade que imagens que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, "disse que foram apagadas" tenham sido vazadas na internet. O GSI tornou pública as gravações em abril deste ano, incluindo as que mostram o general Gonçalves Dias no Palácio do Planalto (veja aqui), usada na peça de desinformação.

Em ofício à CPMI do 8 de janeiro, o ministro disse, sim, que imagens da sede do Ministério da Justiça — e não do Planalto — foram apagadas por "questões contratuais", mas as que fazem parte do inquérito foram preservadas.

O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

O que diz o post

O vídeo recorta o trecho em que o general Gonçalves Dias aparece dentro do Palácio do Planalto durante o 8 de janeiro e acrescenta: "Vídeo que Dino disse que tinha apagado vaza na internet".

Por que é distorcido

O vídeo é verdadeiro, mas não foi apagado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, nem vazado na internet. As imagens foram disponibilizadas à imprensa no dia 22 de abril pelo Gabinete de Segurança Institucional, como divulgado no site oficial do órgão (confira aqui).

No trecho exibido na publicação desinformativa é possível ver a marca d'água do site Poder 360. O vídeo em questão foi publicado no canal do Youtube do site no dia 1 de setembro de 2023 (veja aqui a partir de 54min15seg).

Mas as imagens que mostram o general Gonçalves Dias dentro do Palácio já tinham sido divulgadas pela CNN Brasil no dia 19 de abril (veja aqui e aqui). O ministro pediu demissão no mesmo dia (aqui), e três dias depois o GSI tornou pública as imagens das câmeras de segurança (leia aqui e aqui).

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Imagens apagadas

Na CPMI do 8 de janeiro, parlamentares solicitaram que o Ministério da Justiça disponibilizasse as imagens de câmeras de segurança da sede do Palácio da Justiça no dia da invasão dos golpistas (veja aqui e aqui);

Após decisão do ministro Alexandre de Moraes autorizando que o Ministério da Justiça compartilhasse as imagens (veja aqui), parlamentares argumentaram que o material estava incompleto (leia aqui);

Em ofício enviado à CPMI, o Ministério da Justiça disse que foram preservados apenas os vídeos incluídos como provas no inquérito da Polícia Federal, e que as demais imagens foram apagadas após 30 dias, como prevê o contrato com a empresa terceirizada responsável pelas imagens das câmeras de segurança (leia aqui). O ministro também falou sobre isso em uma coletiva de imprensa (veja aqui).

A ministra Regina Helena, do STJ, negou uma liminar solicitada pelos parlamentares para obrigar o Ministério da Justiça a fornecer todo o material gravado pelas câmeras de segurança do Ministério entre os dias 7 de 9 de janeiro (veja aqui). Para a ministra, não ficou demonstrada deliberada omissão do ministro Flávio Dino no fornecimento das imagens (veja aqui o processo).

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