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"Acharam o celular do meu pai no bolso de um corpo", conta filha de porteiro desaparecido

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio

26/01/2012 12h48Atualizada em 26/01/2012 14h15

Cerca de 30 pessoas que procuram amigos e familiares desaparecidos no desabamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro foram levadas em vans da Secretaria de Assistência Social para o IML (Instituto Médico Legal) para tentar reconhecer alguns dos três corpos que foram resgatados hoje no local do acidente.

Ontem, por volta das 20h30, três prédios vieram abaixo: um maior, na rua Treze de Maio (chamado Liberdade), que tinha 20 andares; um menor, no número 16 da rua Manoel de Carvalho, com 10 andares (chamado Colombo); e ainda um imóvel pequeno, localizado entre os dois edifícios maiores, com quatro ou cinco andares.  

Uma das pessoas que entrou na van foi Sandra Maria Ribeiro Lopes, 40, que procura o pai, Cornélio Ribeiro Lopes, 73, porteiro do prédio de 20 andares que veio abaixo. "Acharam o celular do meu pai no bolso de um dos corpos encontrados", contou, bastante emocionada e chocada.

Outra que estava no IML era a doméstica Vera Lúcia dos Anjos Freitas, que foi até o instituto para reconhecer algum dos quatro primos, todos catadores de papel que estavam com ela na hora do acidente. Ela já reconheceu Moises Moraes da Silva, a primeira vítima reconhecida, e tem certeza de que os outros também morreram.

"Eu estava sentada na frente do prédio com eles, quando começou a cair granito na minha cabeça. Quando olhei para cima, o prédio estava desabando, era uma fumaceira. Aí, escureceu tudo e não vi mais nada. Não sei mais deles, só eu consegui sair", contou.

Com os corpos resgatados, o número de desaparecidos caiu para 16. A lista está sendo feita por assistentes sociais da Prefeitura.

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