Secretaria considera "absurda" ação do MPF e insinua motivação eleitoral
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) repudiou a posição do procurador da República Matheus Baraldi Magnani, que pediu ao governo de São Paulo que substitua o comando da Polícia Militar em resposta aos recentes casos onde há suspeita de irregularidades na atuação de policiais.
O argumento do MPF é que o comando da PM perdeu o controle da situação. Hoje, o procurador declarou ainda que “a Polícia Militar perdeu o controle dos praças, ensinando-os a usar a violência”.
Em nota, a SSP afirmou que a posição do procurador é “absurda e capciosa” e que Magnani “explora dois casos isolados para tentar distorcer a percepção da opinião pública”, disse o órgão, referindo-se às mortes do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39, na zona oeste de São Paulo, do jovem Bruno Vicente de Gouveia e Viana, 19, em Santos, ambas provocadas por PMs no ultimo dia 18.
Na mesma nota, a secretaria insinua que a posição defendida por Magnani tenha motivação eleitoral. “Estranhamente, o posicionamento do procurador coincide com o momento pré-eleitoral”.
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A assessoria de imprensa do órgão informou que o secretário Antonio Ferreira Pinto fará uma representação contra o procurador na Corregedoria do MPF.
Por fim, em sua nota de repúdio, a SSP pede que o MPF ajude a combater a criminalidade.
“Espera-se que o MPF haja com eficiência contra duas das causas principais da criminalidade nos Estados: o contrabando de armas e de drogas que entram pelas mal patrulhadas fronteiras do país”, afirma a secretaria, criticando implicitamente o governo federal, responsável pelo patrulhamento das fronteiras.
Em 13 de junho deste ano teve início uma onda de violência no Estado, com registro de ataques a ônibus e bases da polícia, chacinas e confrontos entre policiais e suspeitos.
Nos últimos dias, a PM tem participado de uma série de ocorrências violentas que levantaram polêmicas sobre a atuação da corporação.
Onda de violência
Dados divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública mostraram que o número de crimes violentos, entre eles homicídios dolosos e roubos de veículos, aumentou no Estado, na comparação entre o segundo trimestre de 2012 com o mesmo período de 2011.
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Na capital paulista, o aumento da violência foi maior: o número de ocorrências de homicídios dolosos aumentou 27,2% no segundo trimestre de 2012, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Além do pedido ao governo do Estado, o procurador pretende fazer uma representação para que o MPF possa acompanhar, por 12 meses, a situação da segurança pública em São Paulo. Ele sugeriu ainda que sejam protocolados pedidos de federalização dos crimes não esclarecidos pelo Estado.
“O que mais indigna o Ministério Público é o uso da violência por mero prazer por parte dos PMs”, completou o procurador, após citar o caso de um suspeito que não tinha antecedentes criminais e foi espancado e morto por policiais na frente da mãe, na zona norte da capital paulista.
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