Número de idosos dobrou nos últimos 20 anos no Brasil, aponta IBGE
Fabiana Nanô
Do UOL, em São Paulo
-
Shutterstock
A tendência de envelhecimento da população brasileira cristalizou-se mais uma vez na nova pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os idosos --pessoas com mais de 60 anos-- somam 23,5 milhões dos brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (21) pela Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio).
Na comparação entre 2009 (última pesquisa divulgada) e 2011, o grupo da terceira idade aumentou 7,6%, ou seja, mais 1,8 milhão de pessoas. Há dois anos, eram 21,7 milhões de pessoas.
Ao mesmo tempo, o número de crianças de até quatro anos no país caiu de 16,3 milhões, em 2000, para 13,3 milhões, em 2011.
São Paulo é o Estado com o maior número de idosos: 5,4 milhões. Em seguida, vem Minas Gerais, com 2,6 milhões, e Rio de Janeiro, com 2,4 milhões.
O fato de os três Estados mais populosos da região Sudeste abrigarem o maior número de idosos também reflete uma tendência registrada entre as regiões do Brasil: enquanto a população do Sudeste envelhece, a do Norte está cada vez mais jovem em termos relativos. De acordo com a Pnad, 57,6% da população nortista tem menos de 30 anos.
"Existe no Brasil uma melhoria da qualidade de vida, há mais assistência médica e remédios, a alimentação está melhor e as pessoas fazem mais atividades físicas. Isso contribui para uma população mais idosa. Ao mesmo tempo, há uma redução da natalidade", afirma Iná Elias de Castro, professora de Geografia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Rio, a terra dos idosos
O Rio de Janeiro é a unidade da federação em que o grupo da terceira idade é mais expressivo em relação à população total – os idosos representam 14,9% dos residentes. Em relação a 2009, o número ficou praticamente estagnado.
NÚMERO DE IDOSOS 2011
SÃO PAULO | 5,4 milhões |
MINAS GERAIS | 2,6 milhões |
RIO DE JANEIRO | 2,4 milhões |
TOTAL | 23,5 milhões |
No Rio Grande do Sul e em São Paulo, eles representam 14,7% e 12,9%, respectivamente, do total de residentes – um aumento de cerca de 1% sobre a pesquisa anterior.
De acordo com Iná, a cidade do Rio de Janeiro atrai idosos por oferecer "muitas amenidades, espaços públicos e bons serviços de saúde". A professora menciona ainda o fato de que o Rio, por ser antiga capital, concentra um número grande de funcionários públicos que não foram para Brasília e envelheceram na cidade. "Copacabana é um bairro que cada vez tem mais idosos", completa.
Por outro lado, o Estado com o menor percentual de idosos é o Amapá. De toda a população que vive ali, apenas 5,9% têm mais de 60 anos, sendo que as crianças de até quatro anos representam 9,1% das pessoas.
Ainda na região Norte, o único Estado que destoa e apresenta uma taxa de idosos mais elevada é o Tocantins, onde esta faixa etária representa 9,9% da população, enquanto as crianças são 7,6% dos residentes.
Em todas as outras regiões – Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste – o percentual de idosos supera o de crianças, situação que já havia sido registrada na pesquisa de 2009.
Leia mais sobre os dados revelados na Pnad
- Sudeste e Nordeste somam 69% da população do Brasil, aponta IBGE
- Quase 40% dos brasileiros são migrantes; Centro-Oeste tem maior taxa
- Número de idosos dobrou nos últimos 20 anos no Brasil, aponta IBGE
- Mulheres são maioria no país, diz IBGE; desigualdade é maior no Sudeste
- Número de pardos inverte tendência e cai; percentual de negros sobe
- Número de solteiros cresce e ultrapassa o de casados no país, aponta IBGE
- Família brasileira encolhe e cada vez mais gente mora sozinha, aponta IBGE
- No Nordeste, cresce o número de donas de casa chefes de família
- Brasileiro conquista o sonho da casa própria: 70% das residências estão quitadas
- Cresce quase 40% o número de domicílios com computador e internet, diz IBGE
- Cresce número de brasileiros com menos de um ano de estudo
- Brasileiro estuda em média 7,7 anos; tempo é insuficiente para passar do básico
- Taxa de desocupados de 6,7% é a menor desde 2004, diz IBGE
- Salário de pobre sobe mais que o de rico, mas diferença ainda é de 87 vezes
- Negros e mulheres têm mais dificuldade para conseguir emprego