Ex-sócio é primeira testemunha a depor no 4º dia do júri de Gil Rugai
Rudi Otto, ex-sócio do reú, é a primeira testemunha das três últimas que restam ser ouvidas nesta quinta-feira (21), quarto dia do júri popular do estudante Gil Rugai, 29. Os três foram arrolados pelo juiz do caso, Adílson Simoni, a pedido da defesa e da acusação. Ele começou a ser ouvido às 10h45, e seu depoimento durou pouco menos de duas horas.
Resumo do julgamento
- Irmão de Gil Rugai é 1º testemunha dispensada pelo juiz sem perguntas da promotoria
- Perito dos casos Matsunaga e Richtofen é 11ª testemunha a ser ouvida no júri de Gil Rugai
- Repórter da Globo diz que fonte o informou sobre ação criminosa de policiais contra testemunha do caso Gil Rugai
- Defesa usa antropóloga da USP para dizer que Gil Rugai não é "estranho ou esquisito"
- Contador diz não ter como provar que Gil Rugai desviou dinheiro da empresa do pai
- Perito criminal é 1º testemunha de defesa a ser ouvida no caso Gil Rugai e encerra 2º dia de júri
Otto disse que Rugai possuía uma arma na agência na qual eram sócios, a KTM. Segundo a acusação, a testemunha relata que, um dia após o assassinato do casal Luiz Carlos Rugai, pai do réu, e Alessandra de Fátima Troitini, madrasta, a arma - uma pistola automática idêntica à usada nos crimes - já não estava mais na agência.
O ex-sócio seria ouvido pela defesa, que desistiu. A acusação pediu que ele fosse convocado a depor, porque a desistência foi homologada antes de começar o júri, na última segunda (18). Como as testemunhas da promotoria já foram ouvidas, Otto foi relacionado como testemunha do juiz.
Otto disse ao juiz que não sabia dizer se a arma que vira na agência, nas coisas de Rugai, era de verdade ou de brinquedo. Ele afirma que não pegou o equipamento nas mãos, o que vinha sendo dito pela acusação.
O depoimento do ex-sócio de Rugai e foi o primeiro em que um dos jurados fez uma pergunta. A questão era sobre se Rugai pagou três meses de aluguel a Otto, como condição para entrar na sociedade da agência. Otto disse que o valor foi pago, e afirmou que a quantia se referia também ao condomínio do imóvel, no bairro dos Jardins. Otto disse não se lembrar de quanto foi pago.
Entenda o caso
Gil Rugai é acusado de tramar e executar a morte do pai, o empresário Luiz Carlos Rugai, 40, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33, em 28 de março de 2004. O casal foi encontrado morto a tiros na residência.
Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.
Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.
O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta.
Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.
O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.
O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos. Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.
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