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Aumento da tarifa de ônibus no Rio está "dentro de regras estabelecidas", diz Paes

Do UOL, no Rio

11/06/2013 11h02

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou que o reajuste da tarifa de ônibus no Rio de Janeiro --a passagem aumentou para R$ 2,95 no dia 1º de julho-- está "dentro de regras estabelecidas" no contrato com as empresas de ônibus. Na segunda-feira (10), uma passeata organizada pelo movimento "Operação Pare o Aumento" terminou em confronto com a polícia e cenas de vandalismo no centro da capital fluminense. Durante o ato, 31 pessoas foram presas.

CONFRONTO COM A PM

  • Sandro Vox/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

    Policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com os manifestantes em trecho da avenida Primeiro de Março. A PM utilizou bombas de efeito moral e spray de pimenta

"A tabela é explícita. Não há uma conversa do prefeito com dono de empresa de ônibus. Está lá o custo do motorista, o custo do carro, o custo do óleo diesel que é usado no veículo. Isso é completamente transparente", afirmou Paes em entrevista à "Globo News".

O reajuste da tarifa foi calculado com base em índices da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cuja fórmula está prevista no contrato de concessão. O cálculo foi feito a partir da variação de preço dos itens que compõem a planilha tarifária, como insumos (pneus, combustível, etc.) e mão de obra. Além disso, foi considerada a unificação da tarifa dos ônibus urbanos com e sem ar-condicionado e a desoneração do PIS/CONFINS para operadores de transportes de passageiros, anunciada pelo governo federal.

"Esse mesmo movimento vem protestando desde o final do ano passado contra o aumento para R$ 3,05. Eles já tinham feito umas dez passeatas contra o aumento para R$ 3,05, que nunca foi anunciado. É uma tarifa de R$ 2,95 dentro de regras estabelecidas em contrato e depois da licitação", completou o prefeito.

O protesto mobilizou cerca de 300 pessoas e causou tumulto no centro da cidade, a partir das 17h30. O grupo se concentrou nas escadarias da Câmara Municipal, na Cinelândia, e seguiu dali pela rua Evaristo da Veiga rumo à avenida Presidente Antônio Carlos.

PREJUÍZO

  • 23

    Lixeiras foram destruídas durante a passeata, segundo a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana)

  • 8

    Lixeiras foram removidas dos postes pelos manifestantes. O prejuízo financeiro para a Comlurb foi de R$ 1.610

  • 31

    Pessoas foram presas no decorrer da manifestação, sendo a maioria por depredar o patrimônio público

    Quando os manifestantes chegaram na frente do Fórum, a PM interveio. Foram usadas bombas de efeito moral e balas de borracha. Os manifestantes atiraram pedras contra os policiais.

    A confusão assustou comerciantes, que fecharam as portas de seus estabelecimentos, e pedestres que caminhavam pela região.

    Nove menores entre os 31 detidos

    As 31 pessoas detidas foram liberadas ainda na noite de segunda-feira (10), segundo o delegado da 5ª DP Antônio Bonfim. Dentre os detidos, havia nove menores, que foram entregues aos pais e responsáveis.

    Apenas um manifestante foi autuado em flagrante, por dano ao patrimônio público. Sávio Dias Spanner, 18, pagou fiança de um salário mínimo (R$ 678) e vai responder pelo crime em liberdade.

    De acordo com Bonfim, o protesto foi encerrado por volta das 20h30 e todos os envolvidos já haviam sido liberados às 23h40. Segundo ele, Spanner foi o único autuado em flagrante porque foi apontado pelos policiais militares que participaram da dispersão da manifestação como o autor da depredação de um veículo da PM.

    "Os policiais contaram que ele arremessou uma pedra contra a motocicleta da polícia. Ele negou, mas os testemunhos dos PMs já foram suficientes", explicou.

    31 são presos durante protesto contra tarifa de ônibus

    O delegado disse que instaurou um inquérito para investigar a participação dos outros 21 detidos maiores de idade em crimes de dano ao patrimônio público, arremesso de artefato em via pública e desobediência. Outro procedimento foi instaurado para verificar a conduta dos nove menores de idade envolvidos na manifestação.

    Novo protesto

    O movimento "Operação Pare o Aumento" marcou para quinta-feira (13), às 17h, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, um novo protesto contra o aumento da tarifa de ônibus na capital fluminense.

    Na página do movimento no Facebook, mais de 3.600 pessoas confirmaram presença até a manhã desta terça-feira (11).

    Manifestações pelo Brasil

    O transporte coletivo e suas tarifas vêm sendo alvos de protestos, manifestações e ações judiciais em várias capitais brasileiras desde o início de 2013. Em Fortaleza, as passagens foram reajustadas de R$ 2 para R$ 2,20, depois reduzidas de R$ 2,20 para R$ 2 e, em seguida, voltaram a custar R$ 2,20.

    Em Natal, estudantes foram às ruas protestar depois que a prefeitura anunciou aumento de R$ 2,20 para R$ 2,40, em maio. Um mês depois, uma portaria reduziu o valor da tarifa para R$ 2,30.

    • Arte UOL

    Em São Paulo não foi diferente. No último dia 2 de junho, as tarifas de ônibus e metrô subiram para R$ 3,20. No dia seguinte, manifestantes foram às ruas protestar contra o aumento. Cinco dias depois, atos de vandalismo foram registrados durante manifestação na região central da cidade.

    Em Goiânia, a tarifa foi reajustada de R$ 2,70 para R$ 3. Houve protestos. Uma liminar determinou que o valor voltasse a R$ 2,70, mas não foi cumprida. E Florianópolis enfrenta uma greve do transporte coletivo, com paralisação de 100% dos ônibus. Cerca de 400 mil pessoas ficaram sem transporte coletivo. As tarifas na capital catarinense são de R$ 2,90. (Com Estadão Conteúdo)