Maranhão transfere líderes de facções criminosas para presídio federal do MS

Para conter a criminalidade em São Luís e em cidades do interior do Maranhão, a SSP/MA (Secretaria de Segurança Pública) transferiu, neste sábado (20), dez presos do sistema prisional do Estado para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. 

Todos os internos foram identificados por liderar facções criminosas e que estavam agindo de dentro dos presídios, dando ordens para serem praticados diversos crimes fora do sistema prisional. Segundo a SSP, os dez presos são considerados de alta periculosidade pelos crimes cometidos e também por terem feitos atos violentos dentro das unidades prisionais.

Cada preso foi transferido sob a guarda de dois agentes penitenciários. O grupo embarcou em um avião alugado pelo governo do Estado. O valor gasto com a transferência não foi divulgado.

A transferência dos presos ocorreu após o pedido do governo do Maranhão ser atendido, depois que solicitou ao Ministério da Justiça vagas em presídios federais para custodiar presos de alta periculosidade

Segundo a SSP, do total dos transferidos para o presídio federal de Campo Grande, sete estavam custodiados no pavilhão de prisões do comando geral da PM/MA (Polícia Militar do Maranhão); dois no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e um no CCPJ (Centro de Custódia de Presos de Justiça) do Anil, todos localizados na capital maranhense.

“Nós elencamos as maiores lideranças do sistema criminoso da região metropolitana de São Luís e do interior do Estado. Esse é apenas o início dessa grande operação, pois estamos acompanhando essas quadrilhas há algum tempo. A operação começou há aproximadamente quatro meses, mas a área de inteligência já vem trabalhando na investigação desses criminosos há mais de um ano”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes.

O secretário informou que as forças de segurança estão em alertas e atentas a qualquer reação causada pela transferência dos presos. “As polícias Civil e Militar estão nas ruas e o serviço de inteligência está acompanhando as ações dessas quadrilhas e qualquer reação a essa transferência será repreendida pela polícia.”

Já o secretário Sebastião Uchôa disse que a Sejap (Secretaria de Estado da Justiça e da Administração Penitenciária) também passa por um processo de reestruturação, garantindo maior segurança nos presídios. “Estamos fazendo um processo de reestruturação das unidades do sistema prisional do Maranhão, além disso, estamos implantando um estudo de bloqueadores de celulares para evitar a comunicabilidade em todos os presídios, tem o concurso de agente penitenciário e estamos realizados cursos de capacitação, são ações de curto, médio e longo prazo”.

O sistema prisional do Estado do Maranhão está passando por um processo de reestruturação para garantir maior segurança nos presídios. Segundo a Sejap, foram disponibilizadas 30 vagas no presídio de Campo Grande, das quais dez estão sendo usadas nesta fase de reestruturação.

“Estamos implantando um estudo de bloqueadores de celulares para evitar a comunicabilidade em todos os presídios, tem o concurso de agente penitenciário e estamos realizados cursos de capacitação. São ações de curto, médio e longo prazo”, disse o secretário de Estado da Justiça e da Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa.

Morte de preso

Na tarde deste sábado (20), um preso foi encontrado morto na CCPJ de Pedrinhas. Segundo a Sesap, o interno Wanderson Carlos Rodrigues Leite  foi assassinado com várias perfurações no corpo dentro da cela que estava preso.

O detento estava custodiado há cerca de um mês sob a acusação de assalto.

A Sesap descartou a possibilidade do assassinato estar ligado a transferência dos presos para o presídio de segurança máxima de Campo Grande e informou que "as investigações apontam que a motivação da morte foi um acerto de contas entre internos".

PRESOS TRANSFERIDOS:

1 - Rones Lopes da Silva, conhecido como “Rone Boy”, considerado um dos líderes de rebelião ocorrida em presídio;

2 - Bruno Monteiro da Silva, suspeito de ser o autor intelectual de dois homicídios na Penitenciária São Luís II, sendo que em um deles, a vítima teve o corpo esquartejado;

3 - Tobias Pereira Oliveira, o “Tobias”, foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, apreendida no interior da cela onde estava preso;

4 - Ronilson Coutinho, o “Pixuca”;

5 - Mauro Soares Alves, o “Seu Mauro”;

6 - Wadson da Silva Araujo, “Tanaka”;

7 - Josué Santos da Silva, o “Gaspar”, roubo, tráfico e homicídios;

8 - Rosildo Ferreira, o “Roni”, esteve envolvido nos últimos quatros meses registrou três tentativas de fugas, sendo a mais grave delas ocorrida no último dia 12 de abril, na qual tentaram utilizar explosivos com a finalidade de destruir os muros da área externa da unidade;

9 - Francisco Carlos de Sousa, o “Ceara”;

10 - Cosme Pereira Lima da Silva.