Após nove testemunhas ouvidas, TJ confirma morte de réu ausente de júri do Carandiru
Um dos 26 policiais militares que são réus pela maior parte das mortes do massacre do Carandiru foi excluído do julgamento. A razão só foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por volta das 16h30 desta terça-feira (30), quase ao final dos depoimentos das testemunhas: o policial já morreu.
O réu, cuja identidade não foi divulgada, era um dos três ausentes da sessão de julgamento que acontece desde ontem (29) no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Os outros dois, com nomes também omitidos pela defesa e pelo TJ, tiveram atestados médicos apresentados pela advogada Ieda Ribeiro de Souza, informou o juiz Rodrigo Tellini.
DRAUZIO VARELLA
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Com a morte do 26º réu --confirmada durante a oitiva da nona ou penúltima testemunha do júri --, a segunda etapa de julgamento do massacre já contabiliza quatro réus mortos --era um total de 30, mas três morreram e um teve suspenso o processo devido à alegação de insanidade mental apresentada pela defesa.
Na fase atual, os 25 PMs restantes respondem pelo assassinato de 73 presos que estavam no terceiro pavimento do pavilhão 9, na antiga Casa de Detenção. No primeiro júri popular do caso, em abril, 23 PMs foram condenados pela morte de 13 detentos do segundo pavimento.
Até o final do ano, devem ser julgados policiais acusados da morte de presos no quarto e quinto pavimentos, onde foram mortas, respectivamente, oito e dez pessoas. Um dos comandantes do Choque no dia do massacre será julgado em processo à parte, em data também indefinida, por cinco mortes no terceiro pavimento –onde, com essas, foram computadas pela perícia 78 mortes. Ele foi identificado por sobreviventes por conta de traços orientais –era o único com essas características no grupo que invadiu o pavimento.
Com a morte do PM confirmada hoje, o processo do Carandiru soma agora 78 réus –inicialmente, eram 84– que respondem por 111 mortes. A classificação de massacre para a ação da PM na unidade foi dada pela OEA (Organização de Estados Americanos) no ano 2000.
A assessoria de imprensa do Tribunal informou que só hoje soube que um dos ausentes já morreu porque a informação não havia sido divulgada pela advogada dos réus.
Mais cedo, pouco depois do meio-dia, a reportagem falou com a advogada rapidamente assim que começou a valer o intervalo de almoço do plenário. Questionada sobre as razões para a ausências de três réus, ela disse que não daria entrevistas.
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