Futura gestora do Galeão administra o melhor aeroporto do mundo

A empresa Changi, integrante do consórcio que assumirá a administração do Aeroporto Internacional do Galeão (Rio de Janeiro) em 2014, detém o controle daquele que é considerado o melhor aeroporto do mundo. Neste ano, o terminal de Cingapura venceu pela quarta vez o prêmio mundial promovido pela empresa britânica de consultoria Skytrax.

O título se baseia em uma votação com a participação de usuários de aeroportos de mais de 150 países. Desde que o prêmio foi criado, em 1999, o terminal asiático figura entre os três melhores do mundo.

No ano passado, mais de 50 milhões de passageiros usaram o aeroporto de Cingapura. O terminal asiático oferece serviços e equipamentos especiais, como passeio gratuito por Cingapura para passageiros à espera de conexão e quarto especial para bebês. 

“Cingapura é uma referência mundial de qualidade aeroportuária”, afirma o professor Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral.

No leilão realizado nesta sexta-feira (22) na sede da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), a Changi e a Odebrecht TransPort formaram o consórcio Aeroportos do Futuro. A força do grupo se revelou logo na abertura dos envelopes.

O valor mínimo estipulado no edital era de R$ 4,8 bilhões, mas a oferta do consórcio atingiu a cifra de R$ 19 bilhões, bem superior à segunda melhor proposta, de R$ 14,5 bilhões, apresentada pelo Consórcio Sócrates, composto pela Carioca Engenharia, pela francesa ADP e pela holandesa Schipol. Na segunda etapa do leilão, feita em viva-voz, nenhum concorrente ousou bater o lance que representou um ágio de 293% em relação ao valor mínimo exigido.

A Anac (Agência Nacioanal de Aviação Civil) estima que o grupo assumirá o aeroporto em março de 2014. O prazo de concessão do Galeão é de 25 anos, com possibilidade de uma prorrogação de até cinco anos.

O aeroporto deverá receber investimentos de R$ 5,7 bilhões. Entre as obras obrigatórias incluídas no edital está a construção de um sistema de pistas independentes.

Europeus administrarão Confins

O Aeroporto Internacional de Confins (Minas Gerais) também será administrado por empresas com histórico de boa prestação de serviços. O consórcio AeroBrasil, que arrematou o terminal mineiro, é composto pela brasileira CCR e pelas europeias Flughafen Zurich e Flughafen Munchen, controladoras dos aeroportos de Zurique (Suíça) e Munique (Alemanha), respectivamente.

Os dois terminais também ficaram bem colocados no prêmio deste ano da consultoria britânica Skytrax. O aeroporto de Munique conquistou o sexto lugar, e o de Zurique obteve a sétima posição.

Nesta sexta-feira, em uma disputa acirrada, o consórcio AeroBrasil arrematou Confins com uma proposta de R$ 1,82 bilhão, valor 66% superior ao lance mínimo exigido, de R$ 1,096 bilháo.

O grupo também deve assumir o aeroporto em março de 2014. O prazo de concessão é de 30 anos, com possibilidade de uma prorrogação de até cinco anos. Os R$ 3,5 bilhões de investimentos previstos devem resultar em melhorias na infraestrutura como a construção de um novo terminal de passageiros com pelo menos 14 pontos de embarque até 2016.