Morte de jovem após deixar sauna gay em SP foi acidental, diz delegada
A delegada Ivalda Aleixo, chefe do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), afirmou que a morte do publicitário Yuri Castro, de 23 anos, após deixar uma sauna gay no centro de São Paulo foi acidental.
O que aconteceu
Morte do rapaz ocorreu em razão da queda de um sobrado no centro da cidade. O departamento aguarda a conclusão de alguns laudos, porém, já considera o caso do publicitário como concluído, destacou a delegada ao Brasil Urgente (TV Bandeirantes). A causa da morte do publicitário foi politraumatismo, conforme mostrou o UOL.
Delegada explicou o passo a passo que o jovem teria feito ao deixar a sauna. Segundo Aleixo, o rapaz — que estava nu — entrou em outro hotel nas proximidades. Depois, o publicitário escalou o fundo do prédio e começou a pular em sobrados e sacadas da região até sofrer a queda. De acordo com a chefe do DHPP, outras imagens obtidas pela polícia mostram a movimentação de Yuri nesses locais.
"Falavam que ele havia sido vítima de homicídio, não é verdade. Não é isso que aconteceu", ressaltou Ivalda. A declaração da delegada ocorreu após ela dizer que a informação inicial que chegou ao DHPP era de que Yuri teria sido agredido por seguranças do Hotel Chilli e morrido em razão disso.
Todos os seguranças do estabelecimento, as pessoas que trabalham em ambos os hotéis e moradores da região foram ouvidos pela polícia. A delegada explicou que ninguém foi preso no caso porque foi "uma queda, [algo] acidental mesmo".
No dia 13 de maio, a delegada já havia sugerido, em entrevista à TV Bandeirantes, que a queda poderia ter sido o que provocou a morte do rapaz. Imagens obtidas pela polícia flagraram o jovem caindo de um sobrado de aproximadamente 10 metros de altura.
Hotel diz que perdeu mais de 50% dos clientes
Em nota ao UOL, a sauna apontou que a perda de clientes ocorreu desde a morte do rapaz. Eles destacaram que tiveram a conta no Instagram banida por um período após o caso e afirmaram que prejuízos financeiros que sofreram são "imensuráveis".
O estabelecimento sempre negou que tinha relação com a morte do rapaz. Anteriormente, Douglas Drumond, proprietário do estabelecimento, disse à reportagem que o publicitário era cliente do local e não foi tratado de forma violenta, como apontado por algumas postagens nas redes sociais.
O Hotel Chilli, por seu administrador e colaboradores, solidarizam-se com a morte do Yuri e reiteram os sinceros sentimentos aos amigos e à família pela trágica perda. (...) Informamos a todos que o Hotel Chilli é um local de felicidade. A tragédia vinculada ao Hotel Gay somente dá ibope aos canais midiáticos, mas, na verdade, o Hotel Chilli é o melhor hotel só para homens do mundo e é, por 6 anos consecutivos, indicado pelo Louis Vuitton City Guide São Paulo.
Hotel Chilli, em nota ao UOL
Relembre o caso
Yuri Castro desapareceu após sair do Hotel Chilli na madrugada do dia 22 de abril. O boletim de ocorrência aponta que ele foi resgatado por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na rua General Osório, na região da Santa Ifigênia, também no centro da cidade. A distância entre a sauna e a rua onde o publicitário foi encontrado é de aproximadamente 900 metros.
O jovem foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vergueiro, no bairro da Liberdade, também no centro. A causa da morte do publicitário foi politraumatismo, conforme mostrou o UOL. O corpo de Yuri foi identificado pela família dele no IML (Instituto Médico Legal) dois dias depois, no dia 24 de abril.
Imagens obtidas pela Polícia Civil mostram que o publicitário caiu de um sobrado. Há também registro do publicitário ferido, caído na calçada. O DHPP cumpriu mandado de busca e apreensão na sauna no dia 3 de maio e obteve imagens da noite em que Yuri esteve lá. Funcionários do estabelecimento e outras testemunhas também foram ouvidas.
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