Envolvido em morte de cinegrafista muda versão e acusa tatuador
Envolvido na morte do cinegrafista da "TV Bandeirantes", Caio Silva de Souza, 22, afirmou que o tatuador Fábio Raposo, 22, foi quem acendeu o rojão que atingiu o rosto de Santiago Ilídio Andrade. Ele diz ter apenas segurado o explosivo e colocado no chão. As informações são do jornal "Extra", que teve acesso ao depoimento dado por Souza a policiais da 17ª DP (São Cristóvão), no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, onde ele está preso.
Em entrevista à “TV Globo”, nesta quarta-feira (12), no entanto, Souza disse que ele havia acendido o rojão, e não Raposo. No depoimento, ele afirma conhecer Raposo das manifestações e diz ter imaginado que o artefato era um sinalizador.
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Souza diz ainda que há pessoas encarregadas de distribuir pedras e apetrechos nos protestos, outras que aliciam jovens para participarem de passeatas e que ele já foi convidado a participar de forma remunerada. Ele conta ter visto cinquenta quentinhas chegarem à Câmara dos Vereadores do Rio, no fim de 2013, para alimentar ativistas que ocupavam o local.
O jovem negou saber quem são estas pessoas, mas afirma que elas existem. Souza afirma também já ter visto um papel com a contabilidade do dinheiro distribuído aos manifestantes na página do Anonymous Rio e do Black Bloc, no Facebook. O rapaz diz acreditar que os partidos que levam bandeira são os mesmos que pagam os manifestantes. Souza conta já ter visto bandeiras dos partidos PSOL, PSTU e FIP (Frente Independente Popular).
De acordo com ele, a ativista Elisa Quadros, a Sininho, é a pessoa que teria passado o papel da contabilidade para um amigo, que o colocou na rede social. Ele conta que ela não era a líder das manifestações, mas tem poder para manipular como os protestos vão ocorrer.
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No velório do cinegrafista, realizado nesta quinta-feira, a viúva disse ter pena dos dois suspeitos de envolvimento no caso.
"Todas as crianças que passaram por mim [na creche] não foram violentas. Tenho muita penas desses dois rapazes", declarou Arlita Andrade, que é assistente social e diretora de creche.
Ela fez um apelo aos repórteres que cobrem o velório, muitos deles colegas e amigos do cinegrafista: "Queria pedir a todo mundo: por favor, sejam mais amigos, sejam mais tranquilos, tenham amor um pelo outro".
Arlita também falou sobre como lidava com o trabalho do marido. "Eu falava: 'poxa, amor, faz alguma coisa mais leve'. Aí ele falava: 'eu gosto de tiro, porrada e bomba'. O sonho dele era ser repórter cinematográfico."
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