Greve do Metrô de SP é suspensa, mas pode ser retomada na abertura da Copa
Em assembleia realizada no início da noite desta segunda-feira (9), o sindicato dos metroviários de São Paulo decidiu suspender a greve iniciada na última quinta-feira (5) até o dia 11, quarta-feira. A categoria fará uma assembleia na quarta-feira para decidir os rumos da mobilização. Com a decisão, a greve pode ser retomada no dia da abertura da Copa do Mundo no Brasil, com um jogo no Itaquerão.
Apesar de a categoria ter decidido pela volta imediata ao trabalho, as estações que estão fechadas não serão abertas, o que deve ocorrer somente nesta terça-feira (10), às 4h40.
A assembleia aconteceu após uma reunião entre o sindicato dos metroviários de São Paulo e o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, na Superintendência Regional do Trabalho, que terminou sem acordo com a recusa do governo do Estado em readmitir os funcionários dispensados do Metrô após a greve ser considerada abusiva.
O presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Paulo Pasin, afirmou nesta segunda-feira que os grevistas do metrô de São Paulo estavam dispostos a aceitar o reajuste de 8,7% imposto pela Justiça do Trabalho no último domingo (8), mas os metroviários exigem que a demissão de 42 grevistas seja anulada.
A proposta vencedora na assembleia não foi a da atual diretoria do sindicato, que queria a continuidade da greve.
"Espero que essa inclinação [de volta ao trabalho] sensibilize o governador a rever as 42 demissões", afirmou o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres.
O encontro dos metroviários foi tenso, com discussões e princípio de confusão antes do começo da votação. Servidores demitidos estavam entre os participantes da assembleia. Alguns trabalhadores choraram com a decisão de suspender a greve.
"Estão atacando o nosso direito de lutar, de fazer greve. O que está em jogo não é nem o meu emprego e dos companheiros. É a moralização da nossa categoria, nosso direito de lutar", afirmou a metroviária Camila Lisboa, que disse ter sido demitida pelo governo.
"Conversei com os companheiros e notei o cansaço na cara deles. No dia 11, vamos fazer uma assembleia e essa categoria vai parar se os companheiros demitidos não voltarem", afirmou Dagnaldo Gonçalves, que defendeu a suspensão da paralisação.
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