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Ministério Público vai apurar causas de desmoronamento de morro em Natal

Moradores do bairro Mãe Luiza, na zona leste de Natal, retiram carro de garagem de imóvel de área interditada depois que parte do morro cedeu com as chuvas ocorridas na região - Aldair Dantas/Divulgação
Moradores do bairro Mãe Luiza, na zona leste de Natal, retiram carro de garagem de imóvel de área interditada depois que parte do morro cedeu com as chuvas ocorridas na região Imagem: Aldair Dantas/Divulgação

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

18/06/2014 10h54

O MPE (Ministério Público Estadual) vai instaurar inquéritos civis para apurar as responsabilidades da Prefeitura de Natal e do governo do Estado no desmoronamento do morro no bairro Mãe Luiza, localizado na zona leste de Natal, ocorrido no último fim de semana.

As intensas chuvas entre a quinta-feira (12) e o domingo (15) causaram o rompimento de tubulação de drenagem e esgotamento sanitário da Caern (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte) e destruiu a escadaria que liga a rua Guanabara à praia de Areia Preta. Uma cratera se abriu e provocou deslizamento de terra até a avenida Silvio Pedroza. A cratera engoliu 20 imóveis, interditou dois prédios e 80 casas e deixou cem famílias desabrigadas

Nesta quarta-feira (18), promotores de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e da Cidadania inspecionam o local do deslizamento de terra com equipes técnicas da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo e da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

Segundo o MPE, é necessário averiguar a relação dos problemas ocasionados pelo intenso volume de chuvas e se já existia algum problema que provocasse a erosão.

O MPE informou que está acompanhando as ações assistenciais que foram tomadas pela prefeitura para proteger as famílias que perderam suas casas e também os moradores em situação de vulnerabilidade. A Prefeitura de Natal informou que vai pagar o aluguel de casas para os desabrigados.

Será elaborado um relatório pelos promotores de Justiça para que o MPE discuta com a Prefeitura de Natal e com o governo do Estado soluções imediatas para os problemas. A data da conclusão do documento não foi informada.

O MPE destacou que existem diversas ações judiciais e extrajudiciais relacionadas a pontos de alagamento em Natal. Elas cobram melhorias nos sistemas de drenagem e de manutenção preventiva das lagoas de captação de águas pluviométricas. Algumas dessas ações tem sentenças judiciais aguardando cumprimento do Poder Público.

Medo de saques

Desde a última segunda-feira (16), moradores dos imóveis interditados no bairro de Mãe Luiza estão driblando a segurança policial e da guarda municipal para retirar móveis, eletrodomésticos e outros objetos de dentro das casas interditadas. O medo deles é voltar para casa e não encontrar nada devido a saques.

Pelo menos quatro criminosos foram detidos ao serem flagrados saqueando imóveis no Mãe Luiza na segunda-feira (16). Eles pegaram fios elétricos e eletrodomésticos e não foram identificados, por não portarem documentos.

Na última segunda-feira a prefeitura decretou calamidade pública por causa das chuvas por 180 dias e solicitou ajuda do governo federal. Um engenheiro e um geólogo da Secretaria Nacional de Defesa Civil chegaram a Natal para colaborar com os técnicos locais no estudo das ações de contenção do morro.