Topo

Cantareira tem mais da metade da chuva prevista para julho, mas nível cai

Represa Jaguari-Jacareí, na cidade de Joanópolis (SP), tem baixo nível de água - Luis Moura/ Estadão Conteúdo - 4.jul.2014
Represa Jaguari-Jacareí, na cidade de Joanópolis (SP), tem baixo nível de água Imagem: Luis Moura/ Estadão Conteúdo - 4.jul.2014

Do UOL, em São Paulo

11/07/2014 09h41Atualizada em 11/07/2014 10h10

Em apenas quatro dias, a chuva acumulada no Sistema Cantareira foi mais da metade da média histórica do mês de julho. Mesmo assim, o nível do Cantareira voltou a cair nesta sexta-feira (11), atingindo 18,6%.

Desde terça-feira (8), choveu 28,5 milímetros nos reservatórios que compõem o sistema. A média história de julho é de 49,9 milímetros. Nos primeiros sete dias do mês, o sistema não acumulou nenhum milímetro de água.

O nível do sistema, que abastece 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, atingiu hoje 18,6% de sua capacidade de armazenamento, sendo 18,5% do volume morto, como é chamada a água que fica no fundo das represas, abaixo do nível de captação das comportas.

Sendo assim, se não fosse o volume morto, o Sistema Cantareira estaria hoje praticamente sem água. O governo estadual começou a captar essa reserva técnica em 15 de maio.

Antes do uso do volume morto, o índice do Cantareira era de 8,2%, o mais baixo da história do sistema, criado em 1974. Com a reserva, houve um aumento de 18,5 pontos percentuais.

O governo gastou R$ 80 milhões para construir canais e instalar bombas para a retirada da água nas represas Atibainha, em Nazaré Paulista, e Jaguari/Jacareí, em Joanópolis.

"Com a entrada de 182,5 bilhões de litros de água da reserva técnica do Sistema Cantareira, a empresa está preparada para garantir o abastecimento da região metropolitana de São Paulo até meados de março de 2015", garante a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Racionamento

O uso do volume morto foi uma das medidas tomadas pelo governo para evitar o racionamento de água. Mesmo assim, moradores de vários bairros da Grande São Paulo se queixam da falta de água em suas casas.

A população tem feito uma média de 13 denúncias de falta de água por dia em São Paulo, segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Nos últimos 14 dias, o instituto recebeu 178 relatos de falha no abastecimento de água na Grande São Paulo. A maioria das queixas é de falta de água todos os dias (76%), no período da noite (74%).

A Sabesp informa que "não há rodízio, racionamento e restrição de consumo em nenhum dos 365 municípios operados pela Sabesp no Estado de São Paulo".