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Ato contra tarifa do transporte em SP tem confusão, bombas e depredações

Márcio Neves e Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

16/01/2015 17h27Atualizada em 16/01/2015 23h25

Um protesto contra a alta nas tarifas do transporte público de São Paulo (SP) nesta sexta-feira (16) registrou confusão, depredações e a explosão de bombas.

Houve dois tumultos, um na rua da Consolação e outro na frente da Prefeitura de São Paulo. Pelo menos três agências bancárias --uma do Banco do Brasil, na rua Xavier de Toledo, e outra da CEF (Caixa Econômica Federal), na rua Líbero Badaró, e uma do Citibank, na avenida São João-- tiveram a fachada destruída. Telefones públicos também foram alvo de depredação.

Há detidos, no entanto a polícia não informou quantos. Segundo o MPL (Movimento Passe Livre), que organizou o ato, há pelo menos 18 pessoas detidas, que são acompanhadas por advogados. Cinco deles estariam feridos na Santa Casa e serão levados pela PM (Polícia Militar).

As bombas na rua da Consolação teriam vindo do alto dos prédios, de acordo com o MPL, quando o grupo passava por lá. O comércio fechou durante o ato. Na frente da prefeitura, houve o uso de bombas de efeito moral por parte da PM para dispersar os manifestantes.

A polícia também soltou bombas de gás na plataforma da estação República do metrô, pouco após a dispersão dos manifestantes na prefeitura.

Segundo a Secretaria do Estado da Segurança Pública, o tumulto começou quando a tropa foi atacada com rojões atirados por manifestantes. O MPL informou que os manifestantes foram atacados sem motivo. O objetivo dos organizadores era encerrar o protesto na Secretaria dos Transportes, na rua Boa Vista, próximo à prefeitura.

Segundo a PM, havia pelo menos 3.000 pessoas no protesto. Pelo Twitter, o MPL informou que 20 mil participaram do protesto. Pelo menos 1.000 PMs acompanham a marcha.

O trânsito da avenida Rebouças, no sentido centro, foi desviado pela PM para a alameda Santos --o protesto começou na praça do Ciclista, na esquina da avenida Paulista com a Consolação. O ato seguiu pela Consolação, passou pela praça Roosevelt e parou na frente da prefeitura, no viaduto do Chá. Uma fileira de PMs protegia a fachada da prefeitura antes do início da confusão.

Segundo o MPL, o trajeto pela Consolação foi escolhido porque os manifestantes foram impedidos de seguir pela avenida Paulista.

Após as bombas da rua da Consolação, parte dos manifestantes também interrompeu a outra pista da via, no sentido marginal, que foi liberada na sequência. 

Revista

Por volta das 17h, os representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que participam dos atos do MPL para dar apoio jurídico aos integrantes do movimento, discutiram com a PM em razão da revista promovida na entrada da avenida Paulista.

Representantes da OAB e do MPL acusaram a PM de constranger as pessoas, apreendendo objetos como máscaras e vinagre. Havia ainda, conforme o movimento, um bloqueio no começo da Paulista para evitar que o ato receba mais pessoas.

Em contrapartida, a PM afirmou que fez tudo dentro da lei, apenas revistando possíveis suspeitos de atos de vandalismo e apreendendo materiais que possam ser usados para depredar patrimônio.

Segundo a polícia, garrafas com gasolina foram apreendidas com manifestantes.