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Reconstituição da morte de Marielle terá tiros reais, testemunha-chave e secretário de Segurança

15.mar.2018 - Polícia no local do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), no Rio - José Lucena/Futura Press/Folhapress
15.mar.2018 - Polícia no local do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), no Rio Imagem: José Lucena/Futura Press/Folhapress

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

08/05/2018 04h00

Peritos da polícia do Rio de Janeiro usarão tiros reais e levarão à reconstituição do assassinato de Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes na quinta-feira (10) a única sobrevivente do ataque, uma assessora da vereadora, cuja identidade é preservada. O secretário de Segurança, o general de divisão Richard Nunes, acompanhará pessoalmente o trabalho dos peritos na região central do Rio de Janeiro.

O principal objetivo da reconstituição será “consolidar os depoimentos das testemunhas do crime”, segundo uma fonte ligada à investigação. Em outras palavras, a reconstituição quer verificar se, na prática, o que as testemunhas relataram seria realmente viável.

Se forem corroborados pelos peritos na reconstituição, os relatos das testemunhas terão mais valor em um eventual processo judicial se os culpados forem identificados.

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Um dos relatos mais importantes é o da assessora de Marielle, que estava no carro na hora do ataque, na noite de 14 de março, e sobreviveu. A mulher não foi atingida pelos tiros e chegou a deixar o país com seu marido após prestar depoimento à polícia.

Logo após o crime, ela havia dito a uma emissora de TV que ouviu uma rajada de tiros --o que teria gerado um barulho forte e rápido. Ela disse também que segurou o volante do carro e puxou o freio de mão. Afirmou ainda que, em princípio, não havia se dado conta que a vereadora e o motorista estavam mortos.

A polícia deve fazer disparos reais usando uma submetralhadora de calibre 9 mm semelhante à que os policiais acreditam que foi usada no assassinato.

Também deve ser reconstituído o trajeto que Marielle, Anderson e a assessora fizeram de carro desde uma reunião política na rua dos Inválidos, na Lapa, até o local do ataque, na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio.

A reconstituição deve acontecer no período noturno, para reproduzir as mesmas condições de visibilidade da noite do crime. Os policiais que primeiro chegaram ao local do crime também participariam da simulação.

A resolução do caso é considerada crucial por ter impacto na sensação geral de segurança no Rio de Janeiro. O desfecho da investigação também deve ter impacto político significativo na intervenção federal e no governo Temer, segundo fontes da intervenção ouvidas pela reportagem.