Três meses após morte de Marielle, interventor diz que polícia está "buscando as provas"
Um dia antes da emboscada que resultou na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes no centro do Rio de Janeiro completar três meses, o interventor federal, general Walter Souza Braga Netto, afirmou que a polícia está buscando as provas. Ele também fez críticas a vazamentos de informações sobre o caso à imprensa.
“O caso da Marielle é um caso complicado que está sendo muito bem investigado”, afirmou o interventor em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro na tarde desta quarta-feira (13).
Marielle e Anderson foram mortos quando se deslocavam de carro pelo centro do Rio na noite de 14 de março. Criminosos se aproximaram em um outro veículo e dispararam contra as vítimas usando uma submetralhadora.
"A investigação está indo bem, tivemos um prejuízo da investigação quando teve aquele vazamento", disse Braga Netto. Apesar da ponderação, ele disse que o vazamento de informações não impede que a polícia solucione o caso.
Ele se referia ao relato de uma testemunha ouvida pela polícia que liga o assassinato da vereadora à ação de um grupo de milicianos --organização criminosa que cobra taxas de “proteção” e comercializa serviços irregulares em comunidades e bairros do Rio.
A testemunha apontou um ex-policial militar e um vereador do Rio como mandantes dos assassinatos --ambos negam qualquer participação no crime. Segundo ela, a atuação de Marielle na favela Cidade de Deus estaria contrariando os interesses do vereador.
“Não estou dizendo que aquelas pessoas [os investigados] sejam responsáveis [pelos assassinatos], mas todo mundo no entorno que poderia estar sendo investigada passou a tomar atitude de precaução. Isso nos prejudica na confecção de provas porque para eu acusar eu preciso ter as provas muito bem fundamentadas”, afirmou Braga Netto.
Mais cedo, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse em entrevista à "rádio CBN" que a investigação estaria levando aproximadamente o mesmo tempo para ser solucionado que outros crimes de grande repercussão no Rio. Ele citou como exemplos os assassinatos do pedreiro Amarildo, em 2013, e da juíza Patrícia Acioli, em 2014. Porém, a investigação desses casos durou aproximadamente dois meses cada.
Ainda nesta quarta-feira (13), o pai de Marielle, Antônio Francisco Silva, se disse angustiado com a falta de informações sobre as investigações do caso. “Queremos uma resposta à altura do crime”, afirmou ao participar de protesto na porta do Ministério Público organizado pela Anistia Internacional.
Na terça-feira (12), o vereador e pré-candidato do PSOL ao governo do Rio, Tarcísio Motta, se emocionou ao lembrar da amiga. Ele disse que o suposto sucateamento da polícia estaria impedindo a investigação de avançar.
(Com informações da Agência Estado)
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