Jovens presos enquanto jogavam videogame durante operação são soltos no Rio
Cinco pessoas da mesma família, presas dentro de casa, no Rio de Janeiro, em operação das Forças Armadas com as polícias civil e militar, da última segunda-feira (20), foram soltas por volta das 16h desta quarta-feira (23). A decisão foi tomada após a Defensoria Pública conseguir uma liminar para libertar os jovens, que foram detidos enquanto jogavam videogame em casa, segundo relatos de familiares.
"A Justiça entendeu que houve violação dos sigilos telefônicos e dos dados sem ordem judicial prévia", explicou o defensor público Ricardo André, que acompanhou o caso. Os policiais envolvidos na operação no Morro do Sereno, no Complexo do Alemão, alegaram que estavam atrás de traficantes armados vistos na laje de uma casa. Ao chegarem no local, os membros da família foram encontrados em casa e tiveram seus celulares apreendidos, acusados de estarem monitorando a ação policial na região.
Segundo Luiz Soares, pai de três dos jovens, as imagens que estavam nos celulares vinham sendo trocadas, naquele dia, por moradores da comunidade através de aplicativos de celular. "Todos os moradores fizeram registros da movimentação, até para alertar em relação aos riscos. Eles (os policiais) já chegaram batendo nos meus meninos, que estavam jogando videogame", disse.
Além dos três irmãos, um genro e um primo também ficaram detidos por quatro dias. Um deles é menor, estava apreendido e também foi solto nesta tarde de quinta-feira. No pedido de habeas corpus, o desembargador Paulo Baldez afirma "não haver qualquer informação acerca do recolhimento, em poder dos indivíduos revistado, de objeto ilícito ou de qualquer outro material no interior do imóvel".
O pai dos jovens afirmou que os cinco presos chegaram a ser agredidos pelos policiais, no momento da abordagem, e a família ficou mais de 24 horas sem saber o paradeiro do quinteto.
Em protesto contra as prisões, um grupo de 60 pessoas fez uma manifestação no interior da comunidade na noite de terça-feira (21). Com faixas e cartazes, moradores, parentes e amigos pediam a liberação dos jovens e gritavam por justiça.
Desde segunda, a defensoria apura denúncias de moradores sobre supostos abusos e violações de policiais e militares, durante a maior operação da intervenção em número de favelas. Além do conjunto de favelas do Alemão, os complexos da Penha e da Maré também foram alvos do trabalho conjunto.
O trabalho conjunto das Forças Armadas e das polícias Militar e Civil envolve mais de 4.200 homens. Desde o início dos trabalhos 16 armas --entre elas, cinco fuzis-- foram apreendidas. A ação apreendeu também 642 kg de maconha e 16 armas --entre elas, cinco fuzis-- foram apreendidas. A ação apreendeu também 642 kg de maconha e 1.045 munições. Três militares morreram em confronto.
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