Aeronave cai sobre casas na zona norte de São Paulo e mata ao menos 2
A aeronave de pequeno porte, modelo Cessna C-210 de prefixo PR-JEE, caiu na tarde desta sexta-feira (30) sobre duas casas próximas ao aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, duas pessoas morreram. As vítimas são o piloto do avião, Guilherme Murback, e o copiloto, Leonardo Imamura, 43. Treze pessoas ficaram feridas, sendo que seis delas foram encaminhadas para hospitais. Cinco feridos estavam dentro das casas atingidas.
Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros André Elias, carros e um caminhão que estavam na rua também foram atingidos. O acidente ocorreu na rua Antonio Nascimento Moura, no bairro de Santana.
Segundo informações da Anac, a aeronave estava em condições de operar "com segurança e com todos os requisitos estabelecidos no projeto". O avião é de um modelo antigo da empresa norte-americana de aviação Cessna, que deixou de ser fabricado na década de 1980.
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Os feridos, a maioria com ferimentos leves e sem risco de morte, foram encaminhados para três hospitais: três para o Hospital Geral Vila Penteado, na zona norte; duas para o Municipal do Tatuapé, na zona leste (uma já teve alta); e uma para o Samaritano, na região central. Entre os feridos que foram hospitalizadas está uma criança de oito anos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, uma das três casas atingidas pela aeronave ainda corre risco de desabamento. De qualquer forma, os três imóveis foram interditadas e os donos dos imóveis impedidos de entrar. Um terreno também foi interditado e a tentativa agora é retirar a aeronave do local. Os trabalhos foram suspensos por volta das 21h desta sexta e serão retomados às 7h deste sábado (1).
A equipe de Infraero foi a primeira a ser deslocada para a área do acidente. De acordo com os Bombeiros, 16 viaturas foram deslocadas ao local e 56 homens. O fogo foi completamente controlado no fim da tarde.
"Achei que fosse uma carreta"
O aposentado João Bovolenta, 83, teve sua casa atingida pela aeronave e ficou impedido de voltar para o imóvel, conforme determinação do Corpo de Bombeiros.
"Estava vendo televisão sossegado dentro de casa. Só que onde caiu o avião estava vazio. Moro num salão de festas que fiz e quando veio a explosão, sai no corredor e fui no sobrado que tenho há 20 anos vazio e corri para lá. Aí deixei queimar. Estava eu e minha patroa", afirmou. "Na hora da batida pensei que fosse uma carreta", disse.
Ao lado dele, a mulher Neusa Umile, 76, ainda procurava se acalmar após o acidente e disse ter ficado aterrorizada com a queda
A gente não acredita no que está acontecendo. Sorte que o vento soprava para fora de casa. Se fosse para dentro, tinha morrido com meu marido
Neusa Umile, que morava em casa atingida por aeronave que caiu em São Paulo
A adolescente Milene Moreira, 17, disse que estava no trabalho e a sua cunhada ficou presa em um das casas atingidas pela queda da aeronave.
"Ela não se machucou muito, só precisou de oxigênio porque tinha respirado muita fumaça. Ela estava dormindo e quem acordou ela foram os cachorros", contou a adolescente.
Causa da queda será investigada
O aeroporto Campo de Marte ficou fechado entre 15h56 e 16h55 em função da ocorrência.
Investigadores do Seripa IV (4º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), pertencente ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), foram ao local do acidente para investigar o que pode ter causado a queda do avião. Na noite de sexta, o Cenipa anunciou a abertura de investigação para apurar as causas do acidente.
Eles fazem uma ação inicial de ocorrência, que consiste em fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos.
"A conclusão de qualquer investigação conduzida pelo Cenipa terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade do acidente", informou o órgão em nota. Segundo o Cenipa, a investigação tem como objetivo prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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