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Busca por vítimas da barragem em Brumadinho é reforçada; 11 morreram

Talita Marchao

Do UOL, em São Paulo*

26/01/2019 09h09Atualizada em 26/01/2019 15h29

Equipes de resgate reforçaram neste sábado (26) os trabalhos de buscas na região atingida pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG). O balanço mais recente informado pelo Corpo de Bombeiros confirmou a morte de ao menos onze pessoas. Pelo menos 299 pessoas são consideradas desaparecidas. Foram resgatadas com vida 189 pessoas.

Os bombeiros também rebaixaram o número de pessoas consideradas desaparecidas para 299 após a localização de sobreviventes que estavam isolados. Entre os desaparecidos estão cerca de 80 funcionários de empresas que prestam serviços para a Vale.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas foram mantidas durante a madrugada. As equipes fazem o trabalho de busca e resgate com 144 militares. Ao todo, estão sendo usadas 13 aeronaves: cinco do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, quatro da Polícia Militar de Minas Gerais, dois da Polícia Civil de Minas Gerais, uma da FAB e uma do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro. Dois cães farejadores também foram trazidos de Uberaba (MG)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse em entrevista na noite de sexta que são mínimas as chances de encontrar sobreviventes da tragédia em Brumadinho. "Vamos resgatar somente corpos", lamentou.

Zema comparou o rompimento com o caso de Mariana, que ocorreu em 2015. "O vazamento tem uma característica diferente daquele que aconteceu em Mariana que foram centenas de quilômetros. Este teve um maior número de vítimas, mas vai ficar territorialmente mais limitado", disse o governador.

O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse após o desastre que o rompimento terá um impacto mais humana do que ambiental. Segundo ele, a maior parte das vítimas são funcionários da empresa. "Dessa vez é uma tragédia humana. Estamos falando de uma quantidade provavelmente grande de vítimas. Não sabemos quantas, mas sabemos que será um número grande", disse.

De acordo com funcionários da Vale deslocados para Brumadinho, diferentemente do acidente em Mariana, dessa vez o impacto foi mais concentrado. A avalanche de lama atingiu fortemente áreas da própria empresa, inclusive o refeitório no horário de almoço.

Bolsonaro sobrevoará a região

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) deixou Brasília nesta manhã em direção a Brumadinho. Ele desembarca no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, sobrevoa a região e depois retorna ao aeroporto para uma reunião com autoridades e representantes da empresa. Ele não deve descer no local do desastre.

A Vale montou duas estruturas de apoio às vítimas e familiares, além do Centra primeira na faculdade ASA de Brumadinho, para onde estão sendo levadas doações e prestados esclarecimentos. O segundo ponto fica na Estação do Conhecimento da companhia, que funciona de base para as equipes de socorro.

(Com reportagem de Camila Rodrigues da Silva, em São Paulo, e Agência Estado)