PF mata 2 mulheres e fere criança após suposta ação de resgate de ladrões
Duas mulheres morreram e uma criança e um homem ficaram feridos durante uma abordagem da Polícia Federal em Cristal (RS), na noite de ontem. De acordo com a PF, o grupo estava em dois carros, agiria para recapturar foragidos, furou uma barreira policial e houve troca de tiros numa estrada que liga a cidade ao município de Amaral Ferrador.
A corporação informou que agentes do GPI (Grupo de Pronta Intervenção) montaram barreiras no local depois de receber informações sobre um grupo que iria tentar resgatar os responsáveis por um ataque a banco no último dia 6 na cidade de Dom Feliciano (RS) que estariam escondidos numa região de matagal. Segundo a PF, os veículos furaram a primeira barreira e houve confronto na segunda abordagem.
As vítimas foram identificadas pela Polícia Civil como Aline Pirola e Daniela Weizemann. Ambas eram de Lajeado.
O homem, que não teve a identidade revelada, e o filho dele, de 4 anos, ficaram feridos. Uma menina de 2 anos que também estava em um dos carros não se feriu e foi encaminhada ao Conselho Tutelar. Ela seria filha de uma das mortas.
Segundo a PF, o homem foi condenado por homicídio e estava em prisão domiciliar. Os policiais também disseram ter apreendido armas em um dos veículos.
Grupo investigado por assaltos a bancos
A PF investigava envolvimento do grupo criminoso por assaltos à Caixa Econômica Federal e a outros bancos. No último dia 6, policiais federais e militares entraram em confronto com criminosos que atacaram uma agência bancária em Dom Feliciano usando explosivos.
O superintendente da PF, delegado Alexandre da Silveira Isbarrola, disse em entrevista à Rádio Gaúcha que a corporação tinha informações dos veículos que iriam fazer o resgate dos criminosos. Segundo ele, havia um comboio com outros carros, sendo que dois furaram o bloqueio.
"Não temos dúvida do envolvimento dessas pessoas nessa empreitada criminosa (...) Jamais se imagina que pessoas que vão fazer resgate de criminosos vão estar com crianças no carro. E à noite é impossível discernir essas questões ainda mais havendo confronto. A gente jamais quer que ocorra a morte de ninguém, não trabalhamos para isso", afirmou.
Isbarrola crê que o grupo queria dar uma aparência de normalidade estando com crianças e mulheres nos carros, mas se assustou ao ver o bloqueio. Questionado sobre a operação, ele explicou que a equipe que estava no local "é a mais preparada" para este tipo de ação.
"Seguramente, se tivéssemos identificado crianças no carro, não iria se fazer qualquer disparo. Então, isso é algo que é intuitivo porque à meia-noite, em uma situação de frio, no interior, com muita névoa, não há como se identificar com precisão ", disse.
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