10 policiais de SP são acusados de extorquir ao menos R$ 1 mi de empresário
Resumo da notícia
- Policiais levaram coercivamente empresário da avenida Paulista à delegacia
- No DP, os policiais exigiram, sob ameaça, R$ 2 milhões de empresário
- Vítima diz acreditar que policiais foram contratados por um ex-cliente
As corregedorias da Polícia Civil e Militar de São Paulo tentam cumprir hoje dez mandados de prisão preventiva (sem prazo) contra policiais acusados de praticarem extorsão de pelo menos R$ 1 milhão de um empresário.
Foram cumpridos mandados contra três policiais militares e um policial civil, além de um empresário. Eles prestaram depoimento durante a tarde, na Corregedoria da Polícia Civil, e foram levados aos presídios destinados às duas corporações. Os nomes dos acusados não foram divulgados.
Segundo policiais envolvidos na operação, a vítima, um empresário, procurou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão do MP (Ministério Público), em Santos. Lá, a vítima foi orientada a procurar a Corregedoria da Polícia Civil. Ela foi até a delegacia antissequestro para denunciar os policiais. A Promotoria acompanhou a operação.
Segundo o depoimento da vítima na Promotoria, ela foi abordada na região da avenida Paulista, em São Paulo, em julho deste ano por policiais que a levaram até o 73º DP (Distrito Policial), no Jaçanã, zona norte.
Lá, segundo a versão do empresário, os policiais começaram a exigir dinheiro sob ameaça. Ao todo, R$ 2 milhões. O empresário disse que pagou R$ 450 mil no dia da extorsão e R$ 550 mil no dia seguinte. Ele afirmou que não pagou o restante solicitado.
Ainda de acordo com o depoimento da vítima, a extorsão teria sido motivada por uma vingança de um ex-cliente que, insatisfeito, estaria cobrando uma dívida de cerca de R$ 4 milhões em bitcoins. Ao todo, somando a dívida e o pedido na extorsão, o empresário teria de pagar até R$ 6 milhões.
Agentes do órgão corregedor foram até o 73º DP, na manhã de hoje. Lá, estariam lotados os policiais envolvidos na extorsão.
A Corregedoria da Polícia Civil informou que não poderia ceder mais informações para manter o sigilo. Já a Corregedoria da Polícia Militar disse que entrou apenas no apoio à investigação dos policiais civil e do Gaeco e que os três PMs envolvidos foram alvos de mandados porque faziam bico para um empresário. Entre eles, um tenente da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
O Gaeco de Santos informou, oficialmente, que encaminhou a informação que recebeu na cidade para a Corregedoria da Polícia Civil sobre supostas irregularidades cometidas por policiais. Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) confirmou que a Corregedoria da Polícia Civil realizou uma operação "visando cumprir dez mandados de prisão contra civis e militares, e contou com o auxílio da Corregedoria da Polícia Militar".
Em nota encaminhada após a publicação da reportagem, a pasta complementou que "foram presos um policial civil, três policiais militares e um empresário pelo crime de extorsão. As investigações continuam pela Corregedoria. A SSP não compactua com desvio de conduta de seus agentes e todas as denúncias são rigorosamente investigadas".
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