Temos de preservar família de Raíssa e de garoto que a matou, diz delegado
Resumo da notícia
- Segundo a polícia, adolescente deu versões diferentes antes de confessar crime
- Garoto, que tem 12 anos, não revelou os motivos para o assassinato
- Raíssa, 9, foi agredida e amarrada em árvore em parque
Em 24 horas de investigação sobre o caso do adolescente de 12 anos que, segundo polícia, assumiu ter assassinado a menina Raíssa Eloá Caparelli Dadona, de 9 anos, no parque Anhanguera, zona norte de São Paulo, o delegado responsável pelo caso, Luiz Eduardo de Aguiar Marturan, diz estar estarrecido, com um sentimento "vazio" e que pode definir o crime como uma "grande tragédia" que acomete não só os jovens, mas também seus familiares.
"É uma tragédia. Para uma criança de 9 anos de idade, especial, que tinha autismo, de uma família extremamente humilde, que frequentava o CEU em suas festividades. E envolvendo uma família de um pequeno adolescente de 12 anos. Uma tragédia. Saí daqui ontem vazio", afirmou.
Segundo o delegado, é preciso cautela, responsabilidade e sensibilidade para investigar o caso. "A mãe da menina enterrou a filha ontem. Eu ainda preciso conversar com ela, mas com calma. Precisamos preservá-la", disse.
Com relação ao adolescente que assumiu o crime, o delegado disse que ele não aparentou, durante o depoimento, tristeza ou arrependimento. Mas o policial descartou apontar se há indícios de psicopatia ou doenças cognitivas. Segundo ele, o que pode vir a apontar isso são os laudos médicos. O também pediu calma na condução da investigação sobre o adolescente. "É preciso preservar sua integridade física e de sua família", afirmou.
Segundo o delegado titular da 5ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente, da Divisão de Homicídios, o garoto apresentou versões contraditórias, mas, por volta das 2h de hoje, confessou que matou a menina sozinho.
Inicialmente, disse para a mãe que havia matado a menina. Depois, que foi um homem que estava com uma bicicleta verde. Mas, durante a madrugada, assumiu a autoria sozinho. "Questionado sobre as discrepâncias, ele novamente falou ter cometido o crime. Não deu motivação. Falou que foram a pé até o parque, brincaram um pouco e, em determinado momento, passou a agredir a menina", disse.
Ainda segundo o delegado, ele foi o responsável por pendurar a menina após agredi-la com um graveto de uma árvore encontrado no caminho. "Prematuro dizer sobre o que vai acontecer agora. Temos que acautelar muito bem o que está acontecendo. A mãe enterrou a filha dela ontem. Saí daqui ontem vazio. É uma tragédia para uma criança especial e para a família de um jovem adolescente. Também temos que preservar a integridade dele e da família dele", afirmou.
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