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Traficante fotografado na frente de blindado da PM é morto em operação

Edno Rodrigo Ferreira Marçal (direita) morreu em confronto com policiais - Reprodução/Redes Sociais
Edno Rodrigo Ferreira Marçal (direita) morreu em confronto com policiais Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

03/10/2019 12h11

Um dos traficantes que posaram para fotos na frente de um caveirão (blindado) da PM no morro da Serrinha, em Madureira, morreu durante um confronto entre policiais e bandidos no última terça-feira (1). Edno Rodrigo Ferreira Marçal, conhecido como Rei do Fumo, é apontado pela polícia como gerente do tráfico da região. Ele foi identificado como um dos traficantes que aparecem nas fotos tiradas em 2014.

De acordo com a PM, na ação também foi morto Wallace Martins Leite. Os dois foram encontrados feridos após uma operação da PM na favela. Os homens foram levados para o Hospital Estadual Carlos Chagas, mas chegaram mortos na unidade. Dois fuzis foram apreendidos e um policial militar também ficou ferido por estilhaços, sendo atendido no mesmo hospital.

Nas fotos tiradas, dois traficantes aparecem sem camisa e segurando um fuzil cada um. As imagens foram feitas na parte de trás do blindado. As fotos foram descobertas durante uma investigação do Gaeco sobre o envolvimento de PMs com o tráfico de drogas dos morros da Serrinha, Jorge Turco e do Complexo da Pedreira, na zona norte.

Ao todo, nove policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda) acabaram denunciados pelo Ministério Público do Rio acusados de receberem propina do tráfico em troca de avisos sobre operações do batalhão nos locais.

São réus pelos crimes os majores Rodrigo Lavandeira Pereira e André Luiz Oliveira de Albuquerque, os capitães Marcelo Baptista Pereira, Rodrigo Antunes Vieira e Bruno Borges Vidal, os tenentes Adriana da Silva Góes Vista e Paulo Rodolpho Batista de Oliveira e os sargentos Robson Avelino de Lima e Flávio Fagundes Padiglione.

A Justiça Militar determinou a suspensão das funções dos agentes. Oito deles vão responder pelos crimes de associação criminosa e corrupção passiva. Um foi denunciado por associação para o tráfico de drogas.

A investigação ainda concluiu que outros oito agentes da unidade "expuseram a perigo uma viatura policial", possibilitando que traficantes da favela fizessem fotos próximos ao veículo. Esses não foram denunciados pelo MPRJ.