Suspeitas que pregavam empoderamento feminino no tráfico são presas em TO
A polícia de Tocantins realizou hoje uma operação para prender mulheres suspeitas de tráfico de drogas. O grupo, segundo as investigações, pregava o "empoderamento" e a liberdade em relação aos homens para cuidar de bocas de fumo. As 11 prisões ocorreram na capital Palmas e em outras cinco cidades - Araguaína, Aliança do Tocantins, Miracema, Pium e Pedro Afonso.
A ação com 14 equipes foi batizada de Operação Rosetta e mirou criminosas que, de acordo com o levantamento policial, ocupavam "altos cargos administrativos" de uma facção de alcance nacional que não teve o nome divulgado.
De acordo com o delegado Eduardo de Menezes, durante as investigações desse braço da quadrilha no estado, chegou até a polícia um material identificando a existência da cúpula feminina na organização.
O grupo pregava o empoderamento das mulheres para elas ficarem independentes dos homens na gestão de bocas de fumo e distribuição de drogas. Eram as supostas traficantes também que criavam todo o esquema de ingresso no grupo, comercialização, exclusão e punição de membros.
"O que nos chamou a atenção foi que toda a escala hierárquica, que anteriormente pensávamos que era gerida apenas por homens, possuía uma ramificação com a mesma escala de importância na facção", disse Menezes.
As investigadas possuíam "cargos" e são violentas, diz a polícia. Chegaram, inclusive, a planejar a execução de mulheres de uma facção rival, o que não aconteceu porque os alvos já haviam sido presos, de acordo com o delegado.
Entre elas havia ainda uma divisão de funções com nomes.
- Geral do Estado: ditava as ordens no setor feminino, convocava reuniões, decidia em conjunto com a representação nacional a inclusão e exclusão de novos faccionados.
- Salveira do Estado: captava informações internas como brigas, inserção ou exclusão de faccionados, "relatóros", ordens emanadas e recebidas.
- Geral do Cadastro: cuidava de uma espécie de setor de RH, gerindo o cadastro de todos os membros
- Geral de Palmas e Araguaína: repassavam as atuações dos demais membros da facção nessas duas cidades à alta cúpula da organização.
Rosetta: referência a criminosa italiana
A ação de hoje recebeu o nome de Rosetta em referência a Rosetta Cutolo, irmã de Rafaelle Cutolo, chefe de uma facção criminosa da Itália.
Ela teria orquestrado a fuga cinematográfica de Rafaelle de um hospital psiquiátrico, 41 anos atrás. Teria sido a primeira mulher conhecida com participação em altos cargos de decisão e gerenciamento de organizações criminosas.
Na operação também foram apreendidas porções de drogas, dispositivos eletrônicos e cadernos de anotação para o tráfico.
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